Norte da Califórnia é sacudido pelo pior terremoto dos últimos 25 anos

  • Por Agencia EFE
  • 24/08/2014 19h42

Teresa Bouza.

San Francisco, 24 ago (EFE).- Os moradores do norte da Califórnia acordaram aterrorizados na madrugada deste domingo, sacudidos pelo pior terremoto em 25 anos, que deixou 120 feridos e numerosos danos materiais, a maioria na região vinícola de Napa.

O tremor de magnitude 6,1 na escala Richter atingiu a região às 3h20 da madrugada (7h20 de Brasília), a cerca de dez quilômetros da cidade de Napa, ao norte de San Francisco, onde o terremoto também foi sentido com grande intensidade.

“Estava dormindo e parecia que alguém estava mexendo a cama, mas me dei conta em seguida que era um terremoto. Pareceu muito longo e me assustei demais”, disse à Agência Efe a funcionária de um supermercado no bairro japonês de San Francisco.Andrew Mayne, um mágico de Los Angeles que está atuando em San Francisco, saltou da cama e se pôs debaixo do batente da porta do banheiro no quarto de seu hotel: “Dizem que é o lugar mais seguro. O tremor durou muito tempo”, contou à Efe Mayne, hospedado no hotel Tomo, que ficou sem a antena de satélite e um dos elevadores por causa do sismo.

O grosso dos danos, no entanto, se concentrou na cidade de Napa, onde três pessoas permanecem em estado crítico, entre elas uma criança que ficou ferida após o desmoronamento da chaminé da casa na qual vivia.

Segundo a última atualização realizada pela cidade de Napa em seu site, “120 pessoas estão recebendo ou receberam tratamento no hospital Queen of the Valley”.

Mike Parnass, administrador da cidade de Napa, afirmou hoje em entrevista coletiva que três edifícios no centro histórico sofreram grandes danos.

As autoridades declararam como inabitáveis 16 prédios, um deles uma residência de idosos.

Além disso, 20 mil pessoas seguem sem eletricidade e foram recebidas mais de 100 ligações reportando vazamentos de gás, aos quais se somam 60 rupturas nos sistemas de condução de água.

“Poremos cinco equipes para trabalhar em turnos de 12 horas para repará-las”, afirmou Jack Laroschelle, diretor de obras públicas de Napa, que indicou, também, que as pontes da região estão “em boa condição”.

As escolas da região permanecerão fechadas amanhã e a Cruz Vermelha habilitou um centro de evacuação para alojar os que tenham ficado moradia.

Por sua parte, o diretor-geral de operações do Departamento de Bombeiros de Napa, John Callanan, assinalou que a cidade esgotou seus recursos após ter extinto seis incêndios, transportado moradores feridos e atendido ligações sobre cortes elétricos e vazamentos de gás.

A situação fez com que o governador da Califórnia, Jerry Brown, declarasse estado de emergência na zona afetada, o que permitirá destinar recursos das agências estatais aos trabalhos de assistência após o tremor.

O sismo encheu as ruas de Napa de tijolos, vidros quebrados e outros escombros e provocou fendas no pavimento e nas calçadas, que alguns jovens intrépidos aproveitaram para fazer piruetas em seus skates.

Fotografias postadas nas redes sociais mostram também centenas de garrafas quebradas nas famosas adegas de Napa, assim como artigos quebrados após cair das prateleiras dos supermercados.

“Isto é o que acontece quando um terremoto bate a terra do vinho”, disse em sua conta no Twitter Jim Roberts após compartilhar uma foto na qual se veem centenas de garrafas de vinho no chão.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) assinalou que o tremor foi seguido meia hora depois por seis sismos de menor magnitude, o mais intenso deles de 4 graus.

O USGS alertou que há 54% de possibilidades que aconteça uma réplica forte nos próximos 7 dias.

O terremoto é o pior desde o sismo de 7 graus registrado em Loma Prieta em 1989, no qual morreram 63 pessoas, 16 mil imóveis ficaram destroçados e se quebrou parte da Bay Bridge, a longa ponte que une San Francisco com o leste da baía.

San Francisco sofreu o pior terremoto da história em 1906, um tremor de magnitude 7,8 seguido de um incêndio devastador que se prolongou durante vários dias e provocou a destruição de mais de 80% da cidade. EFE

tb/rsd

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