Nova testemunha afirma ter visto pegadas de sangue no apartamento de Nisman

  • Por Agencia EFE
  • 17/02/2015 23h31

Buenos Aires, 17 fev (EFE).- Um homem convocado para ser testemunha da perícia feita no apartamento de Alberto Nisman, onde o promotor foi encontrado morto depois de fazer denúncias contra a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, revelou nesta terça-feira à emissora “Telefe” que viu sangue no banheiro da casa e pegadas no corredor que saia do cômodo em direção a um closet.

A testemunha, cuja a identidade é mantida em segredo, teria sido convocada pela polícia argentina para atuar como observador imparcial do trabalho dos peritos por volta das 6h40 locais (7h40 de Brasília) do dia 19 de janeiro, horas depois que o corpo do promotor foi encontrado.

“Entramos no apartamento e nos dirigimos ao quarto. Vejo ao meu lado esquerdo o banheiro, que está ao lado do closet. E aí percebo tudo cheio de sangue”, contou homem, que é carpinteiro.

De acordo com o depoimento, havia muito sangue “no centro do banheiro, ao lado do chuveiro” junto à porta que, segundo ele, era corrediça, informação que contradiz o que tem sido divulgado até então pelas autoridades. E também garantiu que não viu manchas de sangue no espelho do banheiro e revelou que “havia pegadas de sangue no corredor do closet”.

Cerca de 30 pessoas estavam no apartamento. A televisão do quarto de Nisman ainda estava ligada, da mesma forma que um dos computadores da casa, segundo o homem. Vários documentos estavam em um cesto de lixo e eram fotografados pelos peritos.

As informações fornecidas pela testemunha criam ainda mais dúvidas sobre a atuação dos investigadores. Outra pessoa revelou hoje que, durante a noite, os agentes revistaram os documentos da casa, usaram telefones, banheiros e cafeteira da casa.

A primeira testemunha, chamada Natalia Fernández, também garante ter ouvido que o disparo que matou Nisman saiu “a 11 centímetros de distância” e que a promotora do caso, Viviana Fein, teria lhe mostrado cinco cápsulas de projéteis de bala, o que também contraria os resultados divulgados das investigações.

Fein afirmou que as declarações de Natalia, publicadas pelo jornal “Clarín” não fazem sentido e que tomará alguma atitude porque a mulher estaria mentindo.

Alberto Nisman, promotor especial do caso sobre o atentado contra um centro judeu de Buenos Aires, em 1994, morreu com um tiro na cabeça em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Ele foi encontrado morto quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner de estar envolvida no encobrimento da participação de iranianos no ataque, que deixou 85 mortos. EFE

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