Nova York busca entendimento entre usuários e vizinhos de Airbnb

  • Por Agencia EFE
  • 20/01/2015 23h08

Nova York, 20 jan (EFE).- A complicada relação legal do site de aluguel de imóveis particulares AirBnb com Nova York teve nesta terça-feira um novo episódio no Conselho Municipal, onde as partes afetadas se reuniram para discutir o efeito que teve sobre os bairros vizinhos e os adeptos do sistema.

O protagonismo deste debate não foi desta vez dos proprietários dos apartamentos ou dos empresários hoteleiros, mas dos particulares que realizam ou convivem com esta prática.

E é que a popularidade desta iniciativa online de aluguel de espaços privados mudou, para bem e para mal, o ambiente de bairros tradicionais de Nova York e provocou uma controvérsia sobre seus benefícios e efeitos colaterais.

Entre os que protestaram pelo efeito do AirBnb estava uma mulher do Upper West Side, que expôs hoje como este formato de aluguel transformou sua vizinhança tranquila em um imprevisível ir e vir de gente que encheu o lugar “de drogas e de prostituição”.

Ela assinalou que os proprietários dos apartamentos, ao ver a rentabilidade de alugar suas casas pontualmente, estão forçando os inquilinos convencionais a deixarem os imóveis.

Efetivamente, entre os efeitos negativos da prática está o aumento do preço do aluguel, apesar de para o turista a hospedagem ter barateado.

Entre os que destacaram os benefícios do Airbnb, um morador do Queens reconheceu que graças a sublocação de um dos quartos de sua casa conseguiu pagar um tratamento médico que salvou sua vida.

Em uma cidade como Nova York, onde não é permitido aluguéis inferiores a 30 dias de estadia, a proposta comercial do Airbnb teve, além de problemas com moradores, problemas legais desde o momento em que se tornou uma prática difundida.

Em princípio os fundadores da empresa pediram às autoridades: “Não acabem com algo maravilhoso antes de entender de que se trata”, nas páginas do “Wall Street Journal”.

Em abril de 2014, a procuradoria de Nova York solicitou a um tribunal informação sobre as atividades do Airbnb, por ter detectado que quase dois terços das ofertas de apartamentos ou quartos no estado de Nova York que aparecem no site, 64%, poderiam ser “ilegais”.

Em maio de 2014 o Airbnb chegou a um acordo com a procuradoria do estado de Nova York, e facilitará os dados de suas atividades e de seus usuários, embora sem entregar informação confidencial, para evitar atividades ilegais.

A procuradora-geral adjunta de litígios afirmativos de Nova York, Janet Sabel, e o assessor legal geral adjunto do Airbnb, Darren Weingard, chegaram a este acordo “para proteger os moradores de Nova York e turistas das operações de hotéis ilegais sem deixar de zelar pela privacidade de milhares de outros assinantes”, informaram então em comunicado conjunto. EFE

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