Nove CEOs ganham mais de 800 vezes o salário de seus empregados

  • Por Agencia EFE
  • 06/08/2015 21h38

Washington, 6 ago (EFE).- Nove CEOs de empresas do índice S&P 500 de Wall Street ganharam em 2014 mais de 800 vezes o salário do funcionário médio dessas companhias, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo jornal “USA Today” e o portal “Glassdoor”.

David Zaslav, da Discovery Communications (criadora do Discovery Channel), é quem lidera a lista, ganhando quase 2.300 vezes mais (US$ 156 milhões) que a média de salário anual de um de seus funcionários: US$ 68.387.

Os próximos na lista são os CEOs da rede de fast-food Chipotle, Steven Ells e Montgomery Moran, que receberam 1.500 vezes o salário anual de seu empregado médio (US$ 18.980).

Os executivos-chefes de CVS, Starbucks, Target, CBS, Time Warner Cable e Wal-Mart foram os outros que fecharam o ano embolsando mais de 800 vezes o salário médio de um de seus trabalhadores.

Estes dados foram divulgados um dia depois de a Comissão da Bolsa de Valores (SEC) aprovar uma nova legislação que exigirá revelar a proporção entre ganhos dos CEOs e os salários dos funcionários.

A presidente da SEC, Mary Jo White, que votou a favor dessa iniciativa, ressaltou que “a medida é ao mesmo tempo flexível e fiel aos termos e objetivos da lei” Dodd-Frank, lançada em 2010, depois da aguda crise de 2008 e que visava aumentar a regulação do sistema financeiro.

Há 50 anos, os principais executivos recebiam um salário de cerca de 20 vezes mais que o de seu funcionário médio, e em 2013 esta diferença chegou a 300 vezes mais, de acordo com uma recente análise do centro Economic Policy Institute.

O sindicato de trabalhadores AFL-CIO, que brigou para que esta medida das diferenças salariais em uma empresa com cotação na bolsa se tornasse pública, disse que um CEO ganha em média US$ 13,5 milhões por ano, enquanto um empregado médio recebe US$ 36 mil.

Só três executivos-chefes de empresas com cotação em Wall Street ganham menos que seus funcionários: Larry Page, do Google; Kosta Kartsotis, da empresa de relógios Fossil, e John Mackey, da rede de supermercados Whole Foods.

Os três fazem seu trabalho de graça ou pelo pagamento simbólico de um dólar. EFE

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