Novo atentado abala campanha para eleições presidenciais na Tunísia

  • Por Agencia EFE
  • 05/11/2014 19h58

Miguel Albarracín.

Túnis, 5 nov (EFE).- Um ataque terrorista contra um ônibus militar no noroeste de Tunísia causou nesta quarta-feira a morte de quatro soldados e deixou outros 13 feridos, enquanto o país está imerso em plena campanha para as eleições presidenciais de 23 de novembro.

Segundo confirmou à Agência Efe o porta-voz do Ministério da Defesa da Tunísia, Bel Hassan Oueslati, um grupo armado disparou com fuzis kalashnikov contra o ônibus, no qual também viajavam familiares dos militares e que se dirigia da região do Kef, 120 quilômetros ao sudoeste da capital Túnis, rumo à vizinha Yenduba.

Fontes do hospital regional de Yenduba, para onde foram transferidos os feridos, informaram que dois deles foram levados ao hospital militar da capital porque não se dispunha de meios suficientes para atendê-los.

O ônibus estava estacionado em frente a uma casa na aldeia de Nebber, a 20 quilômetros da fronteira da Argélia, em uma área onde desde o último verão o exército localizou vários acampamentos de “células móveis” de terroristas.

Esta área, montanhosa e rodeada por florestas, se encontra ao norte da região de Kaserin, enclave onde se refugiam membros do grupo extremista salafista Ansar al Sharia.

Hoje, pouco depois do ataque, que aconteceu por volta do meio-dia, vários soldados das forças da ordem ocuparam a avenida de Bourguiba, no centro da capital, e a polícia realizou controles para verificar a identidade dos transeuntes, especialmente a dos jovens.

Também durante a campanha para as legislativas tunisianas, um evento considerado crucial para dar estabilidade ao país, ocorreram dois incidentes que abalaram o ambiente.

Duas semanas antes das eleições doe26 de outubro, as Brigadas Antiterroristas Tunisianas (BAT) desarticularam um grupo dirigido por uma jovem estudante de Medicina, que controlava a comunicação entre grupos radicais nas montanhas.

O Ministério do Interior informou então que esta célula, detida a 12 quilômetros do centro da capital, tinha intenção de realizar um atentado contra um candidato às eleições presidenciais.

Por isso foram reforçadas as medidas de segurança sobre figuras como Beji Caid Essebsi, presidente do Nida Tunis, partido que venceu na legislativas e que é favorito entre os candidatos para as presidenciais.

O outro incidente ocorreu apenas dois dias antes do pleito, quando oito pessoas (cinco delas mulheres extremistas) morreram em duas operações antiterroristas.

Após o partido laico Nida Tunis conseguir 85 das 217 cadeiras do parlamento, o passo seguinte são as eleições presidenciais decisivas para a formação de alianças na próxima coalizão de governo. EFE

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