Novo governo do Kosovo é constituído seis meses depois das eleições

  • Por Agencia EFE
  • 09/12/2014 12h31

Belgrado, 9 dez (EFE).- O novo Executivo do Kosovo, formado pelos dois principais partidos do país, recebeu nesta terça-feira o respaldo do parlamento nacional, com o que termina a paralisia institucional pela incapacidade de fechar um acordo de governo após as eleições de 8 de junho.

O novo gabinete, com um total de 19 ministérios, contou com o apoio de 73 deputados, enquanto 38 votaram contra e dois se abstiveram.

A formação do governo liderado pelo primeiro-ministro Isa Mustafa, líder da Liga Democrática (LDK), foi possível graças ao acordo fechado na segunda-feira com o Partido Democrático (KDP), do chefe de governo em fim de mandato, Hashem Thaçi.

Thaçi assumirá agora as funções de vice-primeiro-ministro e titular das Relações Exteriores e, segundo o pacto alcançado, será presidente do Kosovo em 2016, quando expirar o mandato da atual governante, Atifete Jahjaga.

A minoria sérvia terá um vice-primeiro-ministro e dois ministros (de Administração Local e de Retorno e Comunidades), enquanto a comunidade turca e outros grupos étnicos contarão também com presença no governo.

Mustafa assegurou ontem que suas prioridades serão o desenvolvimento econômico e a criação de emprego, as reformas que aproximem o país da União Europeia (UE) e da Otan, a luta contra a corrupção e o reforço do Estado de direito.

Também anunciou que continuará o diálogo para a normalização das relações com a Sérvia, que segue sem reconhecer a independência que sua antiga província declarou unilateralmente em 2008.

O pacto entre o KDP e a LDK é fruto das negociações das últimas semanas, sob pressão dos Estados Unidos, e acontece após meses de mediação da presidente Jahjaga.

A ausência de um governo afetou à frágil economia e paralisou importantes objetivos do Kosovo, como a aproximação com a UE e o diálogo com a Sérvia.

Com dois milhões de habitantes, o Kosovo é um dos países mais pobres e subdesenvolvidos da Europa, com um índice de desemprego superior a 35% e um salário médio mensal de 440 euros.

Esta república balcânica, povoada por uma grande maioria por albaneses étnicos, se proclamou independente da Sérvia em 2008 e foi reconhecida por mais de cem países, entre eles EUA e a maioria dos sócios europeus, mas não por Rússia, China e Espanha, entre outras nações. EFE

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