Novo temporal ameaça piorar situação em zonas inundadas na Inglaterra

  • Por Agencia EFE
  • 14/02/2014 14h02

Viviana García.

Londres, 14 fev (EFE).- A situação de milhares de desabrigados pelas inundações na Inglaterra ameaça piorar com a chegada nesta sexta-feira de outro temporal, enquanto o governo promete fazer “todo o necessário” para ajudar os afetados.

A Agência do Meio Ambiente ampliou hoje de 16 para 17 o número de alertas “graves” de inundações – com risco de morte – que se mantêm nos condados ingleses de Somerset (oeste), Berkshire e Surrey (aos arredores de Londres) e Gloucestershire (noroeste).

A Agência tem, ainda, outros 350 alertas de inundações nas mesmas regiões, mas de menor gravidade.

Segundo o Serviço Meteorológico britânico, os ventos nas ilhas Sorlingas, próximas à costa da Cornualha (sudoeste da Inglaterra), chegaram hoje a 120 km/h, e há previsão de neve em algumas áreas do norte do país.

Desde o fim de 2013 o Reino Unido se viu castigado por contínuos temporários procedentes do Atlântico e desde então cerca de 6 mil propriedades ficaram inundadas no país.

Na área do chamado Vale do Tâmisa, próximo a Londres, as autoridades forneceram cerca de 30 mil sacos de areia para que o povo possa proteger suas propriedades das inundações.

Hoje os príncipes William e Harry, netos da rainha Elizabeth II, foram à cidade de Datchet, no condado de Berkshire, para ajudar as forças armadas a distribuir sacos de areia entre os residentes.

William – que foi piloto de helicópteros de resgate da Real Força Aérea britânica (RAF) – e Harry – capitão do regimento de cavalaria dos Blues and Royals e também piloto – ajudaram a descarregar sacos de um veículo militar para introduzi-los em uma caminhonete.

Segundo o Palácio de Kensington, residência do duque de Cambridge, os irmãos “se quiseram unir à assistência e o esforço das forças armadas” em Datchet.

Além disso, a rainha Elizabeth II está ajudando os criadores de gado em Somerset afetados fazendo chegar comida para os animais das fazendas reais de Windsor, ao oeste de Londres, segundo o palácio de Buckingham, residência da família real.

Por outro lado, o Ministério da Defesa informou que um avião Tornado da Força Aérea britânica (RAF) fez fotos aéreas das zonas inundadas para planejar os trabalhos de ajuda aos milhares de afetados.

“Este Tornado com capacidade de vigilância foi testado em missões de combate no Afeganistão, mas é preciso ressaltar sua versatilidade ao ser utilizado hoje para colaborar nos esforços de ajuda”, disse hoje o ministro da Defesa, Philip Hammond.

Diante da gravidade da situação, cujo custo econômico ainda não foi quantificado, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, insistiu hoje em que o governo “fará tudo que for necessário” para aliviar as condições dos afetados.

Cameron defendeu a resposta do governo diante da crise e assegurou que o povo deve ficar tranquilo porque receberá ajuda “neste momento difícil”, declarou o político ao canal “ITV”.

“O que tentamos fazer é aplicar medidas de emergência o mais rápido que pudemos”, acrescentou Cameron, e ressaltou que esses dois meses de 2014 foram os mais chuvosos em 250 anos.

O primeiro-ministro, que hoje visitou a cidade de Blackpool (noroeste da Inglaterra), prometeu há poucos dias que haverá fundos disponíveis para ajudar aos que sofreram perdas econômicas.

Além disso, as inundações causaram problemas nos serviços ferroviários, com vários cancelamentos e atrasos nas áreas mais castigadas pelas chuvas.

Devido aos cancelamentos de trens, os aeroportos do sudoeste inglês aumentaram as conexões aéreas com Londres.

Muitas estradas permanecem fechadas por inundações ou pela queda de árvores, já que os ventos chegaram a alcançar nos últimos dias até 160 km/h. EFE

vg/tr

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