Novo tratamento contra a hepatite C é apresentado em Londres
Londres, 12 abr (EFE).- Especialistas farmacêuticos apresentaram neste sábado em um congresso em Londres a terceira fase de um teste clínico de um tratamento para a hepatite C crônica em pacientes adultos que mostrou elevada eficácia e efeitos colaterais mínimos.
No Congresso Internacional do Fígado, a empresa farmacêutica Abbvie divulgou os resultados da pesquisa, realizada com 2.300 pacientes de 25 países por entre oito e dez anos.
O estudo, que está na fase III (última fase antes do registro pela Organização Mundial da Saúde) mostrou resultados “otimistas” de um novo tratamento com drogas administradas por via oral em pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite C (VHC), sem os efeitos secundários associados à injeção de interferon.
As pessoas submetidas ao programa clínico apresentam um índice de cura “altíssimo” e efeitos colaterais mínimos, disse hoje à Agência Efe o hepatólogo espanhol Juan Carlos López Talavera, executivo da Abbvie.
A hepatite C crônica, transmitida pelo sangue contaminado, afeta 160 milhões de pessoas no mundo todo, e pode provocar problemas hepáticos graves, como câncer de fígado, cirrose e insuficiência hepática, causando até meio milhão de mortes todos os anos.
“A epidemia afeta o equivalente da população de Itália, França e Reino Unido juntos”, comentou López-Talavera, para quem a hepatite C é a “primeira doença crônica viral que pode ser curada”, apontou.
Os pacientes submetidos ao estudo da Abbvie tinham infecção crônica pelo vírus da hepatite C de genótipo 1, o mais comum entre as pessoas com essa doença e que antes não respondiam bem aos tratamentos.
O resultado mais “emocionante” da pesquisa mostrou que, com três antivirais mais uma dose de ribavirina, é possível alcançar até 96% de cura em pacientes com cirrose hepática, comemorou López Talavera.
Em maio de 2013, este tratamento da AbbVie com e sem ribavirina para o VHC de genótipo 1 foi considerado como um tratamento inovador pela Administração de Alimentos e Remédios (FDA) dos Estados Unidos. EFE
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