Novos confrontos na República Centro-Africana provocam fuga de milhares

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 20h41
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Nairóbi, 29 set (EFE).- Milhares de pessoas fugiram de suas casas por causa dos confrontos entre milícias rivais que desde sábado deixaram 36 mortos em Bangui, capital da República Centro-Africana, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nesta terça-feira.

As tropas da Missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) se desdobraram para tentar restaurar a ordem na cidade, mas as equipes do Acnur na região alertam que a situação é muito tensa e que ainda há disparos.

Bangui tinha estado relativamente calma fazia meses e os novos enfrentamentos coincidiram com a ausência da presidente do país, Catherine Samba-Panza, que estava em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas, que decidiu encurtar sua viagem pela situação de crise.

Pelo menos três pessoas morreram e outras sete ficaram feridas quando soldados da Minusca abriram fogo ontem para dispersar manifestantes que se dirigiam para o palácio presidencial em Bangui.

Os novos combates entre as milícias Séléka – de maioria de muçulmana – e as anti-Balaka – predominantemente cristã – são um novo obstáculo a por si só a complicada tarefa de distribuir ajuda humanitária no país, segundo o Acnur.

Em Bangui está o centro de comando da Minusca, que conta com 10.500 militares e policiais, e da Operação Sangaris, um contingente militar francês com 900 soldados cujo objetivo é estabilizar a situação na República Centro-Africana para hipotéticas eleições em outubro.

Além disso, o Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos mostrou sua preocupação com os incidentes dos últimos dias e especialmente pela fuga de 500 presos de uma prisão de Bangui, muitos deles acusados de crimes graves, e indicou que a situação é um grande retrocesso no processo de transição.

A situação tem muitas semelhanças com a escalada de violência no final de 2013 e de 2014, que causaram milhares de mortos e obrigou outras dezenas de milhares a fugirem de suas casas.

Segundo dados do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), no país há 380 mil deslocados internos e 464 mil refugiados em outros países da região.

Além disso, 2,7 milhões de pessoas, a metade da população da República Centro-Africana, precisa de assistência humanitária. EFE

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