Novos protestos contra o governo no Líbano deixa pelo menos 16 feridos
Beirute, 23 ago (EFE).- Pelo menos 16 pessoas ficaram feridas neste domingo no centro de Beirute, em enfrentamentos entre a polícia e milhares de libaneses que manifestam pelo segundo dia seguido para pedir a renúncia do governo.
“O povo quer a queda do regime”, “liberdade”, “revolução”, “o governo teme o povo, mas este não o governo”, são alguns dos lemas escutados nos protestos, que explodiram após uma longa crise suscitada pelas graves deficiências no serviço de coleta de lixo.
Os congregados tentaram retirar as cercas arame farpado colocadas diante da sede do governo e do parlamento, cujos acessos foram fechados pelas forças de segurança.
Os agentes tentaram dispersar os concentrados com canhões de água e gás lacrimogêneo.
Segundo a Cruz Vermelha libanesa, pelo menos 16 pessoas ficaram feridas nestes confrontos.
Ontem, pelo menos 83 pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos que explodiram entre participantes e as forças antidistúrbios.
Imad Bassi, um porta-voz do movimento que convocou as concentrações, garantiu que sua atuação é “pacífica” e que rejeitam negociar com o governo enquanto os culpados da repressão de ontem não forem detidos.
Em entrevista coletiva realizada nesta manhã, o primeiro-ministro, Tamam Salam, tinha prometido que os responsáveis da atuação policial de sábado contra os manifestantes prestarão contas.
No entanto, as palavras do primeiro-ministro não acalmaram os ânimos dos cidadãos indignados.
Segundo a estatal Agência Nacional de Notícias (ANN), os enfrentamentos foram provocados por “agitadores” que se infiltraram entre os manifestantes e que estão lançando coquetéis molotov contra a polícia, que responde com bombas fumaça.
“Estamos cansados e fartos por isso que estamos vivendo”, disse à Agência Efe Hilale Harum, que garantiu não pertencer a nenhum grupo político.
“Faço parte do povo e nossa única opção é nos mobilizar para pedir nossos direitos porque em caso contrário ninguém fará nada”, acrescentou a manifestante.
Outra participante nos protestos Dunia Jodr clamou contra os políticos aos que acusou de “fazer declarações e promessas em vão”.
“Se não tomamos a iniciativa por nós mesmos ninguém nos dará nada”, concluiu. EFE
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