Novos protestos no Egito terminam com morte de homem e menino de 12 anos
Cairo, 14 fev (EFE).- Pelo menos um adulto e uma criança morreram nesta sexta-feira em confrontos entre a polícia e manifestantes seguidores do deposto presidente islamita Mohammed Mursi no nordeste e no sul do Cairo, informaram à Agência Efe fontes de segurança e da Irmandade Muçulmana.
O menor, de 12 anos, morreu atingido por um disparo quando observava de sua varanda uma passeata dos islamitas na cidade de Samalot, na província de Minia.
A versão das fontes é contraditória já que as oficiais apontam que os disparos foram efetuados pelos manifestantes islamitas, enquanto o porta-voz da confraria consultado pela Efe acusou a polícia pela morte da criança.
A outra vítima, um homem de 40 anos, morreu em choques entre islamitas e opositores a Mursi em uma aldeia da província de Damieta, no delta do Nilo.
O porta-voz da confraria, que pediu anonimato, destacou que houve marchas na maioria das províncias do Egito para lembrar os seis meses da ofensiva policial que desmantelou os acampamentos islamitas das praças de Rabea Al Adauiya e Al Nahda, no último dia 14 de agosto, quando morreram centenas de seguidores de Mursi.
A polícia dispersou várias das manifestações pela força e efetuou detenções. Embora ainda não se saiba um número exato, pelo menos 12 membros da Irmandade Muçulmana foram detidos na província de Al Garbiya, ao noroeste do Cairo.
Perante os protestos, o Ministério do Interior intensificou a presença de forças da ordem, principalmente nos arredores da praça Tahrir, que foi epicentro da revolução que derrubou Hosni Mubarak em 2011 e dos protestos contra Mursi de junho do ano passado.
As manifestações se emolduram na convocação da Aliança de Defesa da Legitimidade – que agrupa as forças que apoiam Mursi – para realizar uma semana de protestos em lembrança dos fatos em Rabea al Adauiya e Al-Nahda.
Em comunicado, essa coalizão convocou todos os egípcios “a unir-se a uma semana de resistência não violenta para derrotar o golpe de Estado”. EFE
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