Número de bilionários no mundo duplica, enquanto desigualdades disparam

  • Por Agencia EFE
  • 29/10/2014 17h19
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Madri, 29 out (EFE). – Enquanto o número de bilionários com fortunas de mais de US$ 1 bilhão duplicou no mundo desde que se desencadeou a crise em 2008, as desigualdades dispararam, segundo um relatório da ONG Oxfam Internacional.

A tendência de crescente desigualdade poderia prejudicar décadas na luta contra a pobreza, conforme adverte o relatório que será apresentado mundialmente em Madri amanhã pela diretora-executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima, e o diretor-geral da Oxfam Intermón, José María Vera, e que a ONG antecipou hoje alguns dados relevantes.

Sob o título “Equilibre o Jogo: É Hora de Acabar com a Desigualdade Extrema”, o relatório denuncia que milhões de pessoas vivem em extrema pobreza e “morrem devido à falta de serviços sanitários básicos e milhões de meninos e meninas não podem ir à escola” Ao mesmo tempo, “uma pequena elite possui mais dinheiro do que jamais poderá gastar em sua vida”.

Entre 2013 e 2014, a fortuna das 85 pessoas mais ricas do mundo – que possuem a mesma riqueza que toda a metade mais pobre da população do planeta – aumentou em US$ 668 milhões ao dia, o equivalente a quase meio milhão de dólares por minuto, informa o relatório.

“A desigualdade derruba o crescimento, corrompe a política, limita as oportunidades e alimenta a instabilidade enquanto exacerba a discriminação, especialmente para às mulheres”, destacou Winnie Byanyima.

“Do FMI ao papa Francisco, passando pelo presidente (dos Estados Unidos) Barack Obama e o Fórum Econômico Mundial, existe cada vez um maior consenso em torno da ideia de que a desigualdade é um dos maiores desafios de nosso tempo e que não combatê-la resulta prejudicial tanto em nível econômico quanto social” e, apesar disso, “poucas medidas para combatê-la” são tomadas, segundo a ONG.

Com o relatório, a Oxfam lança uma nova campanha para exigir aos líderes mundiais que transformem suas palavras em atos e adotem medidas para conter a evasão e a responsabilidade fiscal das grandes empresas e das pessoas mais endinheiradas, que devem contribuir de forma justa aos cofres dos Estados para que os países possam combater a desigualdade e construir sociedades mais justas.

A instituição sugere que com um imposto anual de 1,5% sobre as grandes fortunas de todo o mundo se garantiria que todos os meninos e meninas do mundo pudessem ir à escola, assim como seria possível à provisão de saneamento básico nos países mais pobres.

A cada ano, 100 milhões de pessoas no mundo se veem imersas na pobreza por ter de pagar para receber assistência médica. Contudo, se as três pessoas mais ricas do mundo gastassem um milhão de dólares ao dia cada uma, levariam 200 anos para consumir todo seu dinheiro, de acordo com o relatório.

Isto não ocorre unicamente nos países ricos. Atualmente, há 16 bilionários na África Subsaariana que convivem com 358 milhões de pessoas em extrema pobreza. Enquanto, na África do Sul, a desigualdade é maior do que no final do apartheid, assinala a Oxfam. EFE

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