Número de deslocados internos em Gaza já ultrapassa previsão da ONU

  • Por Agencia EFE
  • 19/07/2014 13h21

Gaza, 19 jul (EFE).- O número de deslocados internos palestinos em Gaza superou neste sábado os 50 mil, máximo estabelecido pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados palestinos (UNRWA) em seu plano de contingência.

Em comunicado enviado aos meios de comunicação, o porta-voz do citado organismo na zona, Chris Gunness, advertiu que o número duplicou nos dois primeiros dias de operação terrestre israelense e que segue crescendo.

“O número de deslocados palestinos que buscam refúgio nas escolas da UNRWA duplicou nas últimas 36 horas e agora supera os 50 mil. É o mesmo nível que durante o conflito em 2008-2009 e segue aumentando”, assinalou.

Com esse conflito, Gunness fazia referência à ofensiva “Chumbo Fundido”, a operação militar israelense de maior envergadura desde 1967 no território da Cisjordânia e de Gaza, na qual morreram cerca de 1,5 mil palestinos e 13 israelenses.

A este respeito, Gunness ressaltou que a UNRWA está extremamente preocupada pela intensidade do conflito e insistiu na necessidade de que sejam fornecidos novos fundos para poder tratar dos milhares mais que são esperados.

“Alojamos esses que fugiram de suas casas. No entanto, a agência está extremamente preocupada porque se a ofensiva militar se endurecer, os números crescerão muito rápido, causando um prejuízo maior à população do que já sofre”, afirmou.

Gunness lembrou que a organização iniciou uma campanha de coleta de fundos no valor de US$ 66 milhões para poder fazer frente às necessidades atuais e repor o fundo de emergência gasto.

“Os novos fundos são vitais para que a UNRWA possa dar refúgio imediato, alimento, remédios e ajuda psicológica aos deslocados internos, e para poder repor os fundos de emergência quando acabar a intervenção militar”, acrescentou.

Seguindo este argumento, Gunness insistiu que o número já superou as estimativas da UNRWA e que se esse dinheiro não chegar a tempo, não vai poder cumprir com sua incumbência.

O Exército israelense empreendeu na quinta-feira uma incursão terrestre em Gaza, que como primeira consequência teve um intensificação dos bombardeios no norte e sul de Gaza, em particular nos bairros setentrionais de Beit Lahia e Beit Hanoun, e nas localidades meridionais de Khan Yunes e Rafah.

Dias antes, e no meio de intensos bombardeios aéreos, Israel avisou a população de ambos bairros, calculadas em cerca de 100 mil pessoas, que abandonassem suas casas, o que causou um primeiro fluxo de deslocados.

À parte das escolas da UNRWA, os palestinos não têm outro lugar para fugir, já que Israel impõe um assédio militar por terra e mar sobre a faixa, e Egito mantém fechado a única passagem que comunica Gaza com o resto do mundo.

Até o momento, mais de 330 pessoas, em sua maioria civis palestinos, morreram e mais de 2 mil ficaram feridas nos 12 dias de intensos e incessantes bombardeios israelenses sobre a Faixa. EFE

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