Número de deslocados por conflitos atinge recorde de 38 milhões de pessoas
O número de deslocados por causa de conflitos dentro de seus próprios países em todo o mundo atingiu o recorde de 38 milhões de pessoas, o equivalente às populações de Pequim, Londres e Nova York juntas, afirmaram nesta quarta-feira a ONU e o Conselho Norueguês para Refugiados (CNR).
“São os piores números de deslocamentos forçados em uma geração, o que coloca em evidência o nosso fracasso absoluto em proteger civis inocentes”, afirmou Jan Egeland, secretário-geral do CNR, uma das organizações mais respeitadas nesse tipo de trabalho.
O levantamento faz parte do relatório anual do Observatório de Deslocamento Interno apresentado por Egeland hoje, em Genebra, junto com o chefe-adjunto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Volker Turk.
O documento indica que, pelo terceiro ano consecutivo, foram registrados deslocamentos internos sem precedentes. Só no ano passado, 11 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas por causa de guerras ou violência.
“Diplomatas, resoluções da ONU, negociações de paz e acordos de cessar-fogo perderam a batalha contra homens armados sem piedade e motivados por interesses políticos ou religiosos”, disse Egeland, ex-secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários.
“Esse relatório deveria servir como um tremendo sinal de alerta. Devemos reverter essa tendência na qual milhões de homens, mulheres e crianças estão presos em áreas de conflito ao redor do mundo”, acrescentou.
A tendência é que, quanto maior for a duração do deslocamento, as pessoas se sentem mais inseguras e optam por atravessar as fronteiras e se tornarem refugiados, disse Tusk sobre o relatório.
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