Número de imigrantes ilegais que cruzou fronteira sul dos EUA subiu em julho

  • Por Agencia EFE
  • 07/08/2015 20h59

Washington, 7 ago (EFE).- O número de imigrantes ilegais que cruzaram a fronteira do México e foram detidos nos Estados Unidos aumentou em julho, especialmente na região do Vale do Rio Grande, mesmo lugar por onde entrou de maneira ilegal no ano passado um número recorde de menores não acompanhados, informaram fontes oficiais.

O subchefe do Escritório de Alfândegas e Fronteiras (CBP), Ronald Vitiello, informou sobre este aumento em um documento judicial ao qual a Agência Efe teve acesso nesta sexta-feira. Com base neste relatório, Vitiello apoia o recurso apresentado pelo governo contra a ordem de uma juíza da Califórnia para liberar as famílias que estão em centros de detenção de imigrantes ilegais.

Para reforçar os argumentos do governo, Vitiello explicou à Corte da Califórnia que a Patrulha de Fronteiras não viu a queda que esperava no número de crianças não acompanhadas e famílias que cruzaram em julho a fronteira sul, apesar do aumento do calor do verão.

“É muito possível que a Patrulha de Fronteiras tenha detido mais famílias e crianças não acompanhadas em julho do que em junho, o que muda as tendências históricas. O Escritório de Alfândegas e Fronteiras está a par desta situação”, ressaltou.

Vitiello destacou que, no ano fiscal de 2015 (de 1º de outubro de 2014 a 30 de setembro de 2015), a Patrulha de Fronteiras deteve 26.685 crianças não acompanhadas e 24.901 membros de famílias, o que representa uma queda de 54% a 55% em relação ao ano fiscal anterior.

Por ora, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu reabrir os centros de detenção de imigrantes ilegais, que tinha fechado em 2009 devido ao grande número de famílias que cruzaram de forma ilegal a fronteira fugindo, em sua maioria, da violência de seus países de origem, principalmente El Salvador, Guatemala e Honduras.

Para mostrar que antes da crise migratória os números eram muito menores, Vitiello detalhou que no ano fiscal de 2013 a Patrulha de Fronteiras deteve na fronteira sul do país 414.397 imigrantes ilegais, dos quais 14.855 integravam núcleos familiares, o que representa 3,5% do total das detenções.

Nesse momento, antes da reabertura dos centros de detenção, o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), responsável por estas instalações, só tinha 100 camas disponíveis para famílias, por isso a maioria dos pais e filhos que cruzavam a fronteira não era colocada sob custódia.

Em vez de detê-los, as autoridades migratórias ofereciam às famílias a possibilidade de serem deportadas a seus países de origem ou deixadas em liberdade dentro dos Estados Unidos com a ordem de comparecer a um juiz de imigração para que fosse estudada a possibilidade de receberem asilo, explicou Vitiello. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.