Número de mortes cometidas por policiais é maior em 12 anos em SP
Letalidade policial ainda preocupa, mas indicadores de “crimes violentos” têm melhor resultado no primeiro trimestre desde 2010 no Estado de São Paulo. Compõem a categoria, as ocorrências de homicídio, latrocínio, estupro, roubos em geral e extorsão mediante sequestro. Nestes casos, houve queda entre 2014 e este ano de 7,5%, no Estado, e de 8,2%, na capital paulista. Apesar da melhora nestes indicadores, o índice de mortes cometidas por policiais no primeiro trimestre é o maior dos últimos 12 anos.
Uma em cada sete mortes violentas no Estado e uma em cada quatro na cidade de São Paulo foram provocadas por policiais militares ou civis. O ouvidor das polícias, Júlio Neves, defende que, em caso de enfrentamento, os agentes públicos manifestem claramente as ações. “Se fizer uma abordagem bem feita e não chegar já atirando, isso poderia diminuir muito a letalidade policial”, avalia.
Em março, a Secretaria de Segurança Pública divulgou resolução que normatiza os procedimentos após uma morte cometida por um policial.
A coordenadora de gestão do Instituto Sou da Paz, Stephanie Morín, ressalta ao repórter Tiago Muniz que as inovações precisam ser acompanhadas. “A resolução determina entre outras coisas obriga os policiais presentes a comunicarem a ocorrência para o ministério público. Vamos ver na prática se ela é implementada”, diz.
A Secretaria da Segurança Pública esclarece que, desde novembro passado, há tendência de queda na letalidade decorrente de intervenção policial. Em abril, foram 74 casos, redução de 21,3% na comparação com o mesmo período de 2014, e de 14% em relação a março deste ano.
Nesta quinta-feira (11), o Senado aprovou texto que transforma o assassinato de policiais em crime hediondo. A proposta, que segue para sanção presidencial, também torna maiores as punições em caso de lesão e em crimes contra familiares da categoria.
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