Núncio diz papa defenderá necessidade de lutar contra “indiferença global”

  • Por Agencia EFE
  • 21/09/2015 18h00

Nova York, 21 set (EFE).- A necessidade de substituir a “indiferença global” por uma “solidariedade mundial” será uma das ideias que o papa Francisco deve defender em seu pronunciamento na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima sexta-feira, informou o núncio apostólico Bernardito Auza, representante do Vaticano perante a ONU, ao explicar nesta segunda-feira os temas que possivelmente o pontífice irá abordar quando visitar Nova York, como parte de sua viagem aos Estados Unidos.

O papa Francisco chegará a Nova York na quinta-feira e ficará na cidade até a manhã do sábado. Entre os atos programados está o discurso que ele fará em na reunião nas Nações Unidas. Na cúpula, que deve ter a participação de mais de 150 chefes de Estado e de governo, o papa não falará como político nem como um “técnico especialista”, mas como um “líder religioso” e “padre”, disse o núncio.

Da mesma forma que aconteceu nas visitas dos antecessores de Francisco ao prédio da ONU, Auza disse que o papa também deve falar sobre temas como o desenvolvimento, a justiça social, a mudança climática e os métodos para reafirmar a paz mundial.

“O papa sempre fala da solidariedade global como antídoto contra a indiferença global”, disse o representante do Vaticano em entrevista coletiva na sede da Nunciatura Apostólica em Nova York.

Ele também afirmou que acredita o papa deve voltar a falar sobre seu princípio de que “não pode haver paz enquanto não houver desenvolvimento igualitário” entre as nações.

Perguntado sobre se em seu discurso, o papa mencionaria o acordo sobre o programa nuclear iraniano, Auza revelou que possivelmente ele colocará dentro de um contexto a necessidade de abolir as armas nucleares.

Francisco falará na Assembleia Geral da ONU antes da abertura oficial da cúpula, na qual serão fixadas as novas metas de desenvolvimento que substituirão os Objetivos do Milênio, que vencem este ano. As autoridades americanas estão organizando um dos maiores esquemas de segurança da história para a visita papal.

Posteriormente, ele visitará o monumento erguido em homenagem às vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. No Memorial Ground Zero, ele conduzirá um encontro ecumênico.

No mesmo dia, o pontífice se reunirá com crianças e famílias de migrantes na escola Nossa Senhora Rainha dos Anjos, no Harlem, e fechará suas atividades com uma missa no Madison Square Garden, onde milhares de pessoas são aguardadas.

Pouco antes de o papa Francisco chegar à sede da ONU, na manhã da sexta-feira, a bandeira do Vaticano será hasteada pela primeira vez na porta entidade, segundo informou a Nunciatura Apostólica hoje mais cedo. EFE

ag/cdr

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