O drama dos aposentados, as verdadeiras vítimas dos fundos de pensão estatais
A operação Greenfield da Polícia Federal, deflagrada em oito estados e no Distrito Federal, joga luz sobre um drama vivido por milhares de aposentados, as verdadeiras vítimas das fraudes dos principais fundos de pensão no país ligados a estatais.
Segundo cálculo do Ministério Público com informações da Previdência, os desvios podem ter provocado um rombo de até 50 bilhões de reais.
A opção de investimento, que deveria garantir uma aposentadoria complementar ao trabalhador, só tem gerado dor de cabeça e incertezas a Sergio Miguel Colombro, ex-assistente da Caixa Economica Federal.
Ele contribiu com até mil e seiscentos reais por mês para o Funcef, o fundo de previdência da Caixa Econômica Federal e um dos alvos da PF. Hoje ele é obrigado a devolver parte do benefício.
“Paguei durante 33 anos a Funcef e agora, desde maio, estou pagando novamente e vou ter que pagar por mais 17 anos e quatro meses um porcentual para cobrir o rombo que criaram no fundo.”
Maria da Piedade de Paula, assistente social aposentada pela Caixa, se diz indignada com o dilema de ter de voltar ao mercado de trabalho aos 60 anos para complementar renda.
“Eu já tenho 59 anos, então para voltar ao mercado está difícil. Até quem é recém-formado, como meus filhos, demoraram para conseguir emprego, imagina eu nessa idade”, afirma Maria. “Eu dependo totalmente do meu salário e agora está fazendo falta”.
O ex-presidente do Funcef, Guilherme Lacerda, ligado ao PT, foi preso no Espirito Santo pela Polícia Federal, que apura suspeita de crimes de gestão fraudulenta também dentro do Previ, ligado ao Banco do Brasil, do Petros, vinculado à Petrobras e do Postalis, dos Correios.
Reportagem de Carolina Ercolin
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