Obama admite que treinar rebeldes para combater EI na Síria não funcionou

  • Por EFE
  • 12/10/2015 11h01
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EFE/Olivier Douliery/POOL Presidente Barack Obama em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que foi “cético” desde o princípio com a ideia de treinar um “Exército” de rebeldes sírios que lutassem contra o Estado Islâmico (EI), e reconheceu que seu programa “não funcionou” porque esses combatentes estão centrados em lutar contra Bashar al Assad.

Obama fez a afirmação em entrevista transmitida neste domingo pela emissora “CBS News”.

Na sexta-feira, o Pentágono abandonou um esforço para treinar dezenas de milhares de rebeldes sírios no combate ao EI, um plano que não tinha tido impacto no campo de batalha, para lançar uma estratégia muito mais reduzida que equipará líderes de grupos árabes e curdos que já estão lutando contra os jihadistas.

“Não há nenhuma dúvida que não funcionou”, disse Obama sobre o multimilionário plano do Pentágono.

“Meu objetivo foi testar a ideia de se podíamos treinar e equipar uma oposição moderada que esteja disposta a lutar contra o EI. E o que aprendemos é que enquanto Assad permanecer no poder, é muito difícil conseguir que essa gente centre sua atenção no EI”, acrescentou.

Obama se defendeu de quem o acusa de ter fracassado em sua estratégia na Síria, ao assegurar que “em uma situação tão volátil, não há fórmulas mágicas”, e afirmou que não fará grandes mudanças em sua tática militar.

“Estamos dispostos a trabalhar diplomaticamente e, onde possamos, apoiar a oposição moderada que possa ajudar a convencer os russos e os iranianos de pressionar Assad para uma transição. Mas o que não vamos fazer é tentar nos inserir em uma campanha militar dentro da Síria”, disse.

Obama sugeriu que os ataques aéreos da Rússia sobre a Síria são um sinal da crescente fraqueza do líder russo, Vladimir Putin, que “está dedicando suas próprias tropas, seu próprio Exército, simplesmente a manter de pé, pendurando de um fio, seu único aliado” no Oriente Médio.

“O fato de terem que fazer isto não é um sinal de força, é um sinal que sua estratégia (na Síria) não funcionou”, disse.

O presidente americano afirmou que, quando se reuniu com Putin no final de setembro em Nova York, dois dias antes de a Rússia lançar seus primeiros bombardeios na Síria, já intuía que isso ia acontecer.

“Temos informação de inteligência muito boa. Sabíamos que estava planejando proporcionar a assistência militar que Assad precisava, porque estavam nervosos sobre um potencial colapso iminente do regime”, afirmou.

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