Obama adverte Congresso que vetará sanções ao Irã durante negociações
Washington, 28 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu nesta terça-feira o Congresso que vetará qualquer projeto de lei que inclua novas sanções ao Irã durante o período de negociações entre o G5+1 e o país asiático, e pediu que os legisladores “deem à diplomacia uma chance de sucesso”.
“Se este Congresso me enviar agora um novo projeto de lei de sanções que ameace as negociações, eu o vetarei”, disse Obama durante seu discurso do Estado da União no Congresso.
“Pelo bem da nossa segurança nacional, precisamos dar à diplomacia uma chance de sucesso”, acrescentou.
“Se os líderes do Irã não aproveitarem esta oportunidade, eu serei o primeiro a exigir a aplicação de mais sanções e estarei pronto para exercer todas as opções necessárias para garantir que o Irã não produza uma arma nuclear”, enfatizou.
Mas se os líderes iranianos “aproveitarem esta conjuntura”, “então o Irã poderia dar um passo importante para voltar a fazer parte da comunidade internacional”, e os EUA terão “solucionado um dos principais desafios em matéria de segurança de nossa época, evitando os riscos de uma guerra”, prosseguiu Obama.
O G5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China) alcançou um acordo preliminar com o Irã no dia 24 de novembro do ano passado pelo qual o governo iraniano congelou desde a semana passada os aspectos mais polêmicos de seu programa nuclear, em troca de um alívio moderado do regime internacional de sanções.
O governo Obama encontrou dificuldades na hora de convencer o Congresso americano sobre esse acordo, e há dois meses tenta persuadir republicanos e democratas no Senado para que não aprovem um projeto de lei bipartidário para impor novas sanções ao Irã, caso as negociações fracassem.
Obama reconheceu que as conversas para um acordo definitivo, que serão iniciadas em meados de fevereiro em Nova York, “serão difíceis”, e “é possível que não tenham sucesso”.
“Está muito claro que o Irã apoia organizações terroristas como o Hezbollah, que ameaçam nossos aliados; e a falta de confiança entre as nossas nações não vai desaparecer facilmente”, admitiu.
No entanto, ressaltou que as negociações “não dependem da confiança”, mas no requisito de que todos os acordos a longo prazo “estejam baseados em ações comprováveis” que demonstrem “que o Irã não está produzindo uma bomba nuclear”.
“Se John F. Kennedy e Ronald Reagan puderam negociar com a União Soviética, indubitavelmente um país forte e seguro de si mesmo como os Estados Unidos pode negociar com adversários de menor peso na atualidade”, ressaltou.
Em virtude do acordo preliminar com o Irã, o G5+1 deixou sem efeito sanções como a proibição ao país de transportar seu petróleo, a de comercializar com ouro e metais preciosos, as restrições aos produtos petroquímicos e o veto a certas transações financeiras com bancos iranianos.
A abertura dos EUA ao Irã rendeu também um desentendimento com Israel, cujo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, chegou a qualificar o acordo como “um pacto dos sonhos” para Teerã. EFE
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