Obama afirma que EUA ignoraram “desastre sem igual” da violência armada

  • Por Agencia EFE
  • 26/06/2015 19h25
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Washington, 26 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que seu país ignorou durante tempo demais “o desastre sem igual” da violência armada.

Obama expressou esse pensamento em uma emocionante cerimônia no funeral do senador estadual Clementa Pinckney, morto no tiroteio da semana passada em uma igreja da comunidade negra em Charleston (Carolina do Sul), no qual morreram outros oito fiéis.

No ato, realizado em um estádio de Charleston, Obama aproveitou seu discurso de despedida do também reverendo afro-americano para fazer um apaixonado pedido para que os Estados Unidos enfrentem a violência armada e o racismo.

“Durante tempo demais estivemos cegos sobre o desastre sem igual que a violência armada inflige a esta nação”, disse o presidente entre os aplausos das cerca de seis mil pessoas presentes no funeral.

“A grande maioria dos americanos, a maioria dos proprietários de armas, quer fazer algo a respeito. Façamos essa eleição moral de mudar as coisas se isso salvar pelo menos uma vida preciosa, e expressaremos assim a graça de Deus”, comentou.

Após fazer um recorrido pela vida de Pinckney e seu trabalho como senador estadual e pastor da igreja, Obama insistiu que “seria uma traição a tudo que ele representava” se os EUA se permitissem “voltar a cair em um cômodo silêncio”.

“A história não deve ser uma arma para justificar a injustiça, mas um manual para saber como evitar repetir os erros do passado”, salientou Obama.

Além disso, o presidente se referiu à presença da bandeira confederada em alguns edifícios oficiais de certos estados, como o da Carolina do Sul, e não duvidou em condenar o uso do símbolo, representativo daqueles que defendiam a escravidão durante a Guerra Civil que atravessou o país entre 1861 e 1865.

Aludindo de novo à “graça de Deus”, Obama não duvidou em qualificar a bandeira como um símbolo de “opressão sistemática e subjugação racial”.

“Durante tempo demais estivemos cegos perante a dor que a bandeira da Confederação agitou em muitos de nossos cidadãos. Ao baixar essa bandeira, expressamos a graça de Deus”, acrescentou.

Em um inesperado encerramento, o presidente concluiu seu discurso cantando “Amazing Grace”, um hino cristão que realça a força da fé e que serviu como comovente despedida às vítimas do massacre. EFE

rg/rsd

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