Obama anuncia fim do embargo a vendas de armas ao Vietnã
O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou, nesta segunda-feira (23) em Hanói, capital do Vietnã, o fim do embargo da venda de armas norte-americanas ao país, dizendo que isso vai pôr fim ao “vestígio remanescente da Guerra do Vietnã”, encerrada em 1975, e preparar o caminho para as relações “mais normais” entre os dois Estados.
Obama, que falou em coletiva de imprensa juntamente com o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang, disse que as vendas ainda terão que cumprir determinados requisitos, incluindo os relacionados a direitos humanos.
“Os Estados Unidos estão retirando plenamente a proibição da venda de equipamento militar, com o objetivo de assegurar que o Vietnã tenha a capacidade de se proteger”, colocou. “Dado todo o trabalho que os dois países fazem juntos, é conveniente não ter tal proibição”, acrescentou o presidente norte-americano.
Quang disse estar satisfeito com esta mudança significativa na política externa dos EUA e que Hanói respeitará os direitos humanos, acrescentando que ambas as nações vão trabalhar em conjunto para minimizar diferenças sobre o tema. “Os EUA e o Vietnã têm compartilhado mais e mais interesses em comum e a visita de Obama “contribui ativamente para a paz e a estabilidade regional e global”, comemora.
Implícita nas declarações do presidente foi a preocupação que os dois estadistas compartilham sobre a China. Os EUA têm apoiado países menores contra Pequim nas disputas regionais sobre os recursos e territórios do chamado Mar do Sul da China, a serem resolvidas por negociações multilaterais, embora ainda não se tenha tomado qualquer posição sobre as disputas.
“Não há, penso eu, uma verdadeira preocupação mútua com relação a contendas marítimas no que toca Estados Unidos e Vietnã”, acrescentou, sublinhando a importância de manter a liberdade de navegação no Mar do Sul da China.
Os dois governos fizeram uma série de outros anúncios criados para favorecer as relações. Os pronunciamentos ocorreram no primeiro dia de uma visita de 72 horas de Obama ao país. O chefe de estado americano deixa o país na próxima quarta-feira (25), com destino ao Japão, onde vai participar da reunião do Grupo dos Sete países mais Industrializados (G7), juntamento com outros líderes mundiais, tornando-se o primeiro presidente norte-americano a visitar Hiroshima, local do maior ataque nunclear da história, no final da Segunda Guerra Mundial.
Em seus primeiros comentários sobre se ele vai pedir desculpas pela bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki, o líder ianque disse que não o faria “porque eu acho que é importante reconhecer que, no meio de uma guerra, os líderes tomam todos os tipos de decisões”.
“É um trabalho de historiadores fazer perguntas e examiná-las, mas eu sei, como alguém que já sentou-se nesta posição durante os últimos sete anos e meio, que cada líder toma decisões muito difíceis, especialmente em tempo de guerra”, ponderou, em uma entrevista para a emissora japonesa NHK.
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