Obama aprova progresso de estratégia contra o EI

  • Por Agencia EFE
  • 06/07/2015 20h07

Jairo Mejía.

Washington, 6 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira que a estratégia contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria está progredindo e, apesar de demorar, permitirá criar as condições para que o jihadismo não volte a crescer com a instabilidade do Oriente Médio.

Obama, que se reuniu com o Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA no Pentágono, disse que a derrota final do EI não será algo rápido e passará por revezes, mas que os progressos demonstram que os jihadistas sunitas, que definiu como “oportunistas e astutos”, podem ser derrotados.

“O importante é ter progressos sustentados. Não é suficiente intervir com tropas de terra, isso só permite avanços temporários porque quando sairmos os extremistas voltarão a ocupar o vazio”, disse.

O presidente enfatizou que os EUA não têm a intenção de fazer com que suas tropas adotem um papel de combate para acabar com o EI na Síria e no Iraque. De acordo com Obama, é preciso ter forças locais bem treinadas e instituições que evitem um ambiente propício para a criação e o cultivo do radicalismo.

“Levará tempo para arrancá-los da raiz, e esse deve ser o trabalho de forças locais em terra, com o treinamento e apoio aéreo de nossa coalizão. O que também é claro é que não há volume de força militar que possa acabar com o EI sem um esforço político e econômico com aliados”, explicou Obama, ao lado do secretário de Defesa, Ashton Carter, do chefe do Estado-Maior Conjunto, Martin Dempsey, e do chefe do Comando Central, o general Lloyd Austin.

A última visita de Obama ao Pentágono para falar diretamente com os militares sobre os progressos na guerra contra o jihadismo radical foi em outubro do ano passado, um mês depois que Washington decidiu ampliar à Síria os ataques aéreos contra posições do EI.

Os caças americanos e da coalizão internacional liderada pelos EUA intensificaram neste fim de semana os ataques aéreos na cidade síria de Al Raqqa, grande reduto dos jihadistas sunitas.

No sábado, 18 bombardeios acabaram com veículos e pontes sob controle do EI, mas não há informações sobre se os altos comandantes jihadistas estavam entre os mais de 20 de militantes mortos nos ataques, segundo dados do Observatório Sírio de Direitos Humanos.

O secretário de Defesa americano, Ashton Carter, explicou nesta segunda-feira em entrevista coletiva ao lado do ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, que os ataques do fim de semana “limitam a liberdade de movimentos do EI e sua capacidade de atacar as forças curdas”, que conseguiram avançar em alguns pontos da Síria.

As forças curdas tinham conseguido expulsar nas últimas semanas as milícias do EI de perto da fronteira com a Turquia. O jihadistas recuaram ao sul, em direção a Al Raqqa, mas já retomaram parte do território perdido.

Obama destacou que esses avanços provam que o EI pode ser derrotado com a estratégia vigente e lembrou que, até o momento, os aviões da coalizão internacional contra os jihadistas realizaram mais de cinco mil ataques e “eliminaram milhares de combatentes”, incluindo altos comandantes.

Carter garantiu que as forças armadas americanas agirão contra líderes do EI “sempre que houver chances, mas levando em conta a contenção quando houver civis que possam ser afetados”.

A estratégia americana de bombardeios há quase um ano contra o EI na Síria e no Iraque sofreu revezes recentemente, como a perda de controle por parte das forças iraquianas da cidade de Ramadi, capital de Al Anbar, região de maioria sunita.

Isso fez com que Obama anunciasse no mês passado o envio de mais 450 assessores militares ao Iraque, com os quais as tropas americanas já somam 3.550 soldados no país.

Os Estados Unidos, que continuam a se opor à ideia de seus soldados assumirem um papel de combate para ajudar as forças iraquianas, planeja criar uma rede de bases militares por todo o Iraque para assessorar de perto os parceiros iraquianos. EFE

jmr/vnm

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