Obama confirma que não receberá Netanyahu e admite diferenças sobre o Irã
Washington, 9 fev (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou nesta segunda-feira que não deverá se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em sua visita a Washington, em março, e admitiu que há grandes diferenças entre os dois em relação ao Irã – especificamente sobre a política de sanções a esse país.
Recentemente Obama declarou que uma reunião com Netanyahu seria “inadequada”, porque sua viagem para Washington acontecerá a apenas duas semanas das eleições em Israel. Nesta segunda-feira, o presidente voltou a utilizar este argumento durante uma entrevista coletiva conjunta com a chanceler alemã Angela Merkel, na Casa Branca.
“Por mais que eu preze Angela (Merkel), se agora ela estivesse a duas semanas das eleições (em seu país), ela provavelmente não teria recebido um convite para vir à Casa Branca, e suspeito que ela também não faria este pedido” explicou Obama.
Em janeiro, em um claro desafio a Obama, o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano John Boehner, convidou Netanyahu para discursar em uma sessão plenária no Capitólio, em Washington, em 3 de março, e o primeiro-ministro aceitou o convite.
Netanyahu fará um discurso diante do Congresso americano, onde a oposição republicana controla as duas câmaras, e assistirá também à conferência anual do Aipac, o Comitê EUA-Israel de Negócios Públicos.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, também não deve assistir ao discurso de Netanyahu no Congresso, pois estará viajando nessa data, segundo antecipou seu escritório na semana passada.
Biden, na qualidade de vice-presidente e também de presidente do Senado e tradicionalmente participa de discursos como o agendado com Netanyahu.
Diante do anuncio da ausência de Biden e do boicote programado por vários influentes legisladores democratas, os principais líderes israelenses da oposição exigiram que Netanyahu cancele seu discurso no Capitólio americano.
Obama e Netanyahu mantêm há muito tempo uma relação tensa, fundamentalmente pelo ceticismo do primeiro-ministro israelense sobre as negociações de várias potências, entre elas os EUA, com o Irã acerca do programa nuclear de Teerã.
Obama reconheceu nesta segunda-feira que ele e o primeiro-ministro israelense têm diferenças “muito sérias” em relação ao Irã, especificamente sobre a política de sanções a esse país.
O presidente afirmou não concordar com aqueles que, como Netanyahu e também os congressistas americanos, apoiam mais sanções ao país, e acreditam “não ser possível chegar a um acordo com o Irã, e que sequer deveriam tentar”. EFE
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