Obama dá impulso militar a plano contra ebola e pede ao mundo para atuar
Washington, 16 set (EFE).- O presidente de Estados Unidos, Barack Obama, intensificou nesta terça-feira seu plano contra o ebola com a criação do Comando de Forças Conjuntas na Libéria e o envio de três mil militares a África Ocidental.
“Ao enfrentar este surto, o mundo está nos olhando, os Estados Unidos, e essa é uma responsabilidade que assumimos. Esta epidemia ainda vai piorar antes que comece a melhorar, mas atualmente o mundo ainda tem uma oportunidade de atuar para salvar incontáveis vidas”, disse Obama durante uma visita à sede dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a agência americana que coordena a resposta à doença.
O presidente anunciou a criação, a pedido do governo liberiano, do Comando de Forças Conjuntas estabelecido na capital desse país, Monróvia, que se encarregará de “apoiar os esforços civis na região, de forma similar à resposta” americana ao terremoto do Haiti em 2010.
“Nossas forças vão fornecer sua experiência no comando e o controle, na logística e na engenharia. Nossos serviços armados são melhores nisso do que nenhuma outra organização da Terra”, declarou ele, que disse a missão será liderada pelo tenente-general Darryl A. Williams.
A Casa Branca calcula que na nova estratégia, chamada Operação Assistência Unida, participarão cerca de três mil militares, embora nenhum deles proporcionará cuidado direto aos pacientes de ebola, segundo disse hoje o porta-voz de Obama, Josh Earnest.
Uma parte “substancial” desses militares estará em uma nova base no Senegal e se encarregará de organizar a logística para a operação, já que esse país não está afetado pelo ebola, explicou Earnest aos jornalistas.
A estratégia inclui a criação de uma “ponte aérea para levar mais rapidamente os especialistas em saúde e provisões médicos” e a criação de um novo lugar de formação para profissionais de saúde, explicou Obama.
O Pentágono enviará uma equipe de engenheiros para montar 17 centros de tratamento na Libéria, cada um com capacidade de 100 camas, assim como médicos para formar 500 profissionais da saúde por semana na região, e apresentará kits de emergência básicos para 400 mil famílias liberianas.
Obama pediu a outros países para seguirem seu exemplo ao indicar que a epidemia do ebola, que causou 2.400 mortes e 4.784 casos registrados, “é uma ameaça global e requer uma resposta verdadeiramente global”.
“Mais nações têm que contribuir com equipes experientes, provisões e fundos que se necessitam, e têm que entregar rápido o que prometam”, sustentou o líder, que pediu a organizações privadas e não-governamentais a se unirem também aos esforços.
Ele também pediu ao Congresso para aprovar os US$ 88 milhões em fundos para a luta contra o ebola que seu governo solicitou recentemente, enquanto o Pentágono procura situar até US$ 500 milhões para esta missão. EFE
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