Obama diz a Putin que a Rússia “não tem direito” a usar força na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 04/03/2014 15h43

Washington, 4 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu nesta terça-feira o presidente russo, Vladimir Putin, que Moscou “não tem direito” de usar a força para intervir na Ucrânia, e reiterou que a Rússia está violando leis internacionais.

Para ele, a Rússia ainda tem a oportunidade de trabalhar com a comunidade internacional “para estabilizar a situação” na Ucrânia. Obama disse isso após apresentar a proposta orçamentária para o ano fiscal de 2015 em uma escola de Washington.

“Acho que todo o mundo reconhece que, embora a Rússia tenha interesses legítimos no que ocorre em um Estado vizinho, isso não dá direito a utilizar a força como meio para exercer influência”, argumentou Obama.

Segundo o líder, há “uma forte crença” nos EUA, na União Europeia (UE) e nos “aliados” como o Japão e Canadá em que o desdobramento de tropas russas na região autônoma ucraniana da Crimeia está “violando o direito internacional”.

“Sei que o presidente Putin parece ter um grupo diferente de advogados fazendo um conjunto diferente de interpretações”, ironizou Obama.

Para Obama, a intervenção na Crimeia não deve ser vista como “um sinal de força” por parte da Rússia, mas, pelo contrário, pode levar a muitos países a se afastar de Moscou.

O líder acrescentou que Putin “pode estar falando muito por aí, mas os fatos no território indicam que neste momento não está cumprindo” com o princípio que estabelece que um povo “soberano”, como o ucraniano, deve ser capaz de decidir livremente sobre seu futuro.

A Ucrânia pode ser um país “amigo” do Ocidente e ao mesmo tempo da Rússia, sempre e quando ninguém “esteja tentando se meter onde não deve e intervir” em decisões que somente deve tomar o povo ucraniano, advertiu Obama.

Os Estados Unidos anunciaram hoje uma ajuda econômica para a Ucrânia com um subsídio de cerca de US$ 1 bilhão para energia, ao tempo que o secretário de Estado, John Kerry, iniciava sua visita a Kiev.

Além disso, o governo de Obama anunciou ontem a suspensão de toda cooperação militar com a Rússia por sua intervenção na Crimeia, o que inclui encontros bilaterais, manobras conjuntas, conferências previstas e visitas a porto. EFE

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