Obama diz que deveria ter fechado Guantánamo em seu 1º dia como presidente
Washington, 18 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que deveria ter fechado o presídio de Guantánamo, em Cuba, logo após chegar à Casa Branca em 2009, quando parecia haver consenso com a oposição republicana sobre sua clausura.
Perguntado em um evento em Cleveland (Ohio) sobre o que faria se pudesse voltar a seu primeiro dia na Casa Branca, Obama respondeu que “fecharia Guantánamo”.
“Não o fiz porque nesse momento tínhamos um acordo bipartidário de que Guantánamo devia ser fechado. Pensei que tínhamos um consenso e que faríamos isso tranquilamente”, explicou o presidente.
“No entanto, a política se tornou mais dura, e as pessoas começaram a assustar-se pela retórica sobre Guantánamo. O mais factível foi deixá-lo aberto, embora isso não represente o que somos como país”, acrescentou.
Obama fez estas declarações durante uma visita a Cleveland na qual anunciou novos investimentos para o setor manufatureiro e reiterou suas críticas à proposta de orçamento para o próximo ano fiscal, recém apresentada pelos republicanos.
O fechamento de Guantánamo é uma das grandes promessas eleitorais de Obama ainda pendentes desde sua primeira campanha em 2008.
No presídio ainda restam 122 prisioneiros, 54 deles com o sinal verde para serem transferidos a outros países.
Sua Administração trabalha contra o relógio para fechar o centro de detenção nos dois anos que lhe restam na Casa Branca, mas topa com a ferrenha oposição dos republicanos, com o controle absoluto do Congresso.
Apenas no último mês de janeiro os Estados Unidos transferiram 20 presos: quatro a Omã, um à Estônia, seis amparados pelo Uruguai, quatro repatriados ao Afeganistão e outros cinco enviados ao Cazaquistão.
Após os ataques terroristas em Paris no início desse ano, a oposição republicana no Senado apresentou um projeto de lei para limitar a capacidade do presidente na hora de transferir os presos de Guantánamo.
O centro foi criado pela Administração de George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001 para abrigar suspeitos de terrorismo e chegou a receber cerca de 800 prisioneiros, a maioria deles sem acusações formais. EFE
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