Obama diz que não há desculpas para distúrbios sem sentido em Baltimore
Washington, 28 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que “não há desculpas para a violência sem sentido” registrada ontem à noite em Baltimore, no estado de Maryland, e afirmou que os responsáveis dos distúrbios devem ser tratados “como criminosos”.
“Não há desculpas para o tipo de violência que vimos ontem. É contraproducente”, afirmou Obama em entrevista coletiva após um encontro com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que está em visita oficial aos EUA.
“Isso não é um protesto. Isso não é uma manifestação. É um punhado de gente que se aproveita de uma situação por motivos próprios, e têm que ser tratados como criminosos”, acrescentou Obama.
Os graves distúrbios de segunda-feira em Baltimore terminaram com 15 policiais feridos, 202 detenções, 144 veículos incendiados e 15 edifícios queimados, o que provocou o envio de soldados da Guarda Nacional e policiais dos estados vizinhos, além da declaração de toque de recolher na cidade.
Os distúrbios começaram pouco depois do enterro de Freddie Gray, um jovem negro de 25 anos que morreu em 19 de abril enquanto estava sob custódia policial, em decorrência de uma lesão na medula espinhal, em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas.
Obama disse que deve haver uma “completa transparência e prestação de contas” na investigação em curso sobre o assassinato de Gray, mas considerou que o caso não justifica a “violência e destruição sem sentido” em Baltimore.
Os roubos e incêndios feitos pelos manifestantes na segunda-feira “destroem e minam os negócios de suas próprias comunidades, acabam com os empregos e as oportunidades das pessoas nessa área”, denunciou o presidente.
“A violência de ontem desviou do fato de que houve múltiplos dias de protestos pacíficos que se centraram em preocupações completamente legítimas destas comunidades em Baltimore, que foram construtivos e sensatos”, ressaltou.
O líder homenageou os “milhares de manifestantes pacíficos que fizeram as coisas de forma correta” e que ficaram ofuscados por “um edifício em chamas”, e considerou que eles “merecem crédito por uma atuação que é necessária para resolver o problema” da tensão entre a polícia e as minorias no país.
Obama ainda apoiou a atuação do governador de Maryland, Larry Hogan, e da prefeita da cidade, Stéphanie Rawlings-Blake, com que conversou por telefone ontem à noite.
O delegado da polícia de Baltimore, Anthony Batts, atribuiu ontem à noite os distúrbios a “estudantes do ensino médio”, que provocaram quebra-quebra no comércio, causaram incêndios e feriram 15 policiais, seis deles gravemente. EFE
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