Obama e Hollande consolidarão bom momento de aliança com visita de Estado
Washington / Paris, 9 fev (EFE).- Os EUA consolidarão desde segunda-feira o bom momento de sua aliança com a França com a visita de Estado do líder francês, François Hollande, a Washington, onde será recebido pelo presidente Barack Obama com um jantar de gala e uma visita à residência de Thomas Jefferson, um declarado francófilo.
Hollande estará na segunda-feira e na terça-feira em Washington, de onde partirá rumo a São Francisco, na primeira visita de Estado de um presidente francês ao país desde 1996.
Desde que Obama chegou à Casa Branca em 2009, só realizou jantares de Estado aos líderes de seis países (Índia, México, China, Alemanha, Coreia do Sul e Reino Unido).
A viagem despertou uma grande expectativa na França, pela importância da relação bilateral entre ambos os países, mas também porque é a primeira de caráter oficial que Hollande fará desde que oficializou sua separação de Valérie Trierwailer.
Originalmente previsto para o casal presidencial, o protocolo da visita teve que ser adaptado a um líder sem uma companheira oficial, algo que o presidente francês quer manter depois que a imprensa revelou sua relação com a atriz Julie Gayet, o que acabou com seu casamento.
Funcionários e porta-vozes da Casa Branca não cansaram de enfatizar a importância da visita de Hollande para Obama, distanciado nos últimos tempos de outros importantes aliados europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, sobretudo por causa do escândalo de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) americano.
O ressurgir do “romance” com a França aconteceu em agosto do ano passado, quando Obama avaliava uma ação militar contra o regime sírio em represália pelo suposto uso de armas químicas e se encontrou com quem unicamente estava disposto a lhe dar apoio após o “não” do Reino Unido.
O secretário de Estado de EUA, John Kerry, se referiu então à França como “o mais velho aliado” de Washington, em uma referência à guerra de independência contra a Coroa Britânica.
Se Hollande estava disposto a acompanhar Obama no ataque contra a Síria, no início de 2013, foi os EUA que proporcionaram ajuda econômica (US$ 50 milhões) e aviões não tripulados para apoiar as operações militares da França no norte do Mali contra grupos armados islamitas.
Agora ambos os países têm em vista o sul da Líbia e consideram essa zona como um perigoso foco de instabilidade, segundo indicaram no final de janeiro em Washington o ministro francês de Defesa, Jean-Yves Le Drian, e o chefe do Pentágono, Chuck Hagel.
Por isso, Washington e Paris estão considerando planos para treinar as tropas do Governo líbio surgidas após a queda do regime de Muammar Kadafi, morto nas mãos de rebeldes em 20 de outubro de 2011.
As únicas desavenças recentes ocorreram durante as negociações nucleares do Grupo 5+1, do qual ambos os países fazem parte, com o Irã, já que a França defendia impor a Teerã compromissos mais duros do que os exigidos pelos EUA
As bandeiras da França já enfeitam a Casa Branca e seus arredores há alguns dias, e antes de sua reunião mais formal no Salão Oval, Obama e Hollande se deslocarão na segunda-feira ao estado da Virgínia para visitar Monticello, a residência que fora do presidente americano Thomas Jefferson.
Monticello “reflete o afeto de Jefferson pelo povo da França”, onde foi embaixador entre 1785 e 1789, da mesma forma que valores compartilhados como “a vida, a liberdade e a busca da felicidade”, segundo a Casa Branca.
Na terça-feira será o dia mais importante da visita de Estado de Hollande, com o recebimento com honras na Casa Branca, reunião no Salão Oval, entrevista coletiva conjunta e por último o jantar de gala.
Com muita prudência e sem entrar em detalhes, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, esclareceu há alguns dias que a separação de Hollande e Valérie Trierweiler não representa nenhum problema logístico para a visita de Estado.
Durante sua estadia em Washington, Hollande se reunirá também com a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, e com o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim.
Já em São Francisco, o líder prevê se reunir com diretores de companhias tecnológicas como Google, Twitter e Facebook. EFE
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