Obama e presidente da Nigéria decidem cooperar na luta contra Boko Haram

  • Por Agencia EFE
  • 20/07/2015 18h27
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Alfonso Fernández.

Washington, 20 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama recebeu nesta segunda-feira o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, para celebrar o “histórico” processo eleitoral do último mês de março no país africano e reiterar sua disposição para colaborar na luta contra a corrupção e o grupo terrorista jihadista Boko Haram.

“Vimos recentemente uma eleição na qual se deu uma transição pacífica para um novo governo. E foi uma afirmação do compromisso da Nigéria com a democracia, um reconhecimento que (…) a mudança só pode chegar através um processo político pacífico”, declarou Obama ao início do encontro com Buhari na Casa Branca.

Após saber da vitória de Buhari, e apesar de muitos analistas temerem então uma nova explosão de violência pós-eleitoral como a de 2011, o então presidente Goodluck Jonathan aceitou os resultados e ligou para seu rival para felicitá-lo.

Obama aproveitou a ocasião para louvar hoje a “reputação de integridade” do novo presidente nigeriano e elogiar seu “claro” compromisso na luta contra os jihadistas do Boko Haram, que controlam parte do nordeste da Nigéria, onde realizaram vários atentados que deixaram milhares de mortos e mais de um milhão de deslocados.

“(Buhari) está muito preocupado com a expansão do Boko Haram, a violência que demonstrou e as atrocidades que cometeu, e tem uma agenda muito clara para derrotar os extremistas de todo tipo de dentro do país”, acrescentou o americano.

Nas últimas duas semanas, o grupo extremista assassinou mais de 500 pessoas na Nigéria, Chade, Camarões e Níger, em uma tentativa para retomar a iniciativa no conflito armado que mantém há anos contra o Estado nigeriano.

Desde o último mês de fevereiro, uma força multinacional combate o Boko Haram no nordeste da Nigéria e nas zonas fronteiriças com Chade, Camarões e Níger, em uma ofensiva que durante meses alcançou importantes avanços contra o grupo islamita, mas que agora parece estagnada pela maior mobilidade dos milicianos.

Buhari, também muçulmano, prometeu mão de ferro para acabar com os insurgentes, algo ao que os Estados Unidos deram as boas-vindas após a pouca resolução contra o Boko Haram demonstrada por Goodluck Jonathan.

Além das questões de segurança e antiterrorismo, Obama ressaltou que a agenda da conversa versaria sobre a luta contra a corrupção na Nigéria, país mais povoado da África e dono da maior economia do continente.

O americano reconheceu que “alguns dos melhores empresários do mundo são da Nigéria, e prosperam quando viajam para outros países, mas queremos assegurar-nos que podem ajudar pessoas a prosperar dentro da Nigéria”.

“Queremos ver como podemos ajudar para encarar alguns casos de corrupção que frearam à Nigéria, e despertar o incrível talento do povo nigeriano”, frisou Obama.

Por sua parte, Buhari agradeceu o respaldo dos EUA para consolidar os avanços no sistema democrático da Nigéria e apoiar “eleições livres, justas e críveis”.

O nigeriano salientou, além disso, que os “objetivos fundamentais” de seu governo são “a segurança, a economia, o emprego, especialmente para os jovens, e a luta contra corrupção”.

Além de seu encontro com Obama, Buhari, de 72 anos, também deve reunir-se com o vice-presidente Joseph Biden e o secretário de Estado, John Kerry, durante sua visita a Washington. EFE

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