Obama e Putin falam sobre Ucrânia, Síria e Irã

  • Por Agencia EFE
  • 22/02/2014 01h23

Washington, 21 fev (EFE).- Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e Rússia, Vladimir Putin, conversaram nesta sexta-feira sobre a necessidade da aplicação rápida na Ucrânia do acordo entre as autoridades e a oposição para acabar com a violência, em um diálogo no qual abordaram também a crise na Síria e a situação do Irã.

A Casa Branca informou em comunicado que os dois presidentes também concordaram que para se acabar com a grave crise na ex-república soviética, que de acordo com números oficiais causou pelo menos 80 mortes, os dois lados têm que se abster de novos atos de violência.

Além disso, destacaram a importância de que a Ucrânia consiga “estabilizar sua situação econômica e realizar as reformas necessárias”.

A Casa Branca explicou que em relação à Síria, Obama e Putin falaram sobre a “importância dos esforços para se conseguir avanços em uma solução política, além das preocupações sobre a crise humanitária e a necessidade de uma sólida resolução das Nações Unidas sobre esses assuntos”.

Também conversaram sobre a necessidade de que o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, “honre com seu compromisso de eliminar o programa de armas químicas da Síria”.

Sobre o Irã, os dois presidentes falaram das negociações do G5+1 – formado por EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha – sobre o programa nuclear iraniano, mas a Casa Branca não ofereceu detalhes da conversa.

Anteriormente, uma funcionária do alto escalão do Departamento de Estado, que pediu o anonimato, garantiu que Obama e Putin conversaram durante mais de uma hora por iniciativa do presidente americano e que a Ucrânia foi o tema que dominou o diálogo.

Sobre esse assunto, acrescentou, os dois “se comprometeram em continuar as consultas com os (governos) europeus” nos esforços diplomáticos para apoiar uma solução para a grave crise na Ucrânia.

“Claramente compartilhamos um interesse na Ucrânia -explicou- e temos que garantir a estabilização da frágil economia ucraniana” e considerou crucial que o novo governo de unidade que se formará em breve “comece a trabalhar rapidamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI)”.

Também o secretário de Defesa, Chuck Hagel, conversou hoje por telefone com seu colega ucraniano, Pavlo Lebdev, que garantiu ao funcionário americano que não mobilizará o Exército para reprimir os protestos.

“O ministro Lebedev assegurou que a utilização (de tropas) dentro do país se concentra na proteção das instalações e dos equipamentos de defesa e que não utilizarão as armas contra o povo ucraniano”, informou o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, em comunicado.

Por outro lado, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, telefonou hoje para três líderes da oposição ucraniana, entre eles Arseni Yatseniuk (líder do principal partido opositor, Batkivschina), “para felicitá-lo por sua coragem e oferecer o apoio dos Estados Unidos”.

O “número 2” de Kerry, William Burns, visitará Kiev no início da próxima semana e a responsável do Departamento de Estado para a Europa, Victoria Nuland, irá até a Ucrânia no início de março, anunciou a porta-voz do Departamento de Estado.

Os Estados Unidos estão conscientes de que o pacto assinado hoje “é muito, muito frágil”, e que a oposição “enfrenta, e seguirá enfrentando, muitas dificuldades na hora de persuadir os manifestantes na Praça da Independência de que o acordo é o melhor caminho”, afirmou a funcionária. EFE

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