Obama fica à margem da batalha pelo controle do Congresso nos EUA
Miriam Burgués.
Washington, 31 out (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se manteve à margem das campanhas eleitorais pelo controle do Congresso nas eleições de 4 de novembro, já que sua baixa popularidade é considerada um empecilho para alguns candidatos democratas e a arma perfeita para os aspirantes republicanos.
Nestas eleições será renovada toda a Câmara dos Representantes, que previsivelmente permanecerá em mãos republicanas, e um terço do Senado, onde os conservadores só necessitam de mais seis cadeiras das que têm agora para arrebatar a maioria aos democratas.
Os democratas que disputam algo neste pleito, nos quais também há votações sobre a continuidade de 36 governadores estaduais, “não buscam” Obama “para tirar uma foto e conseguir votos entre as minorias”, declarou à Agência Efe o analista político Juan Hernández.
O próprio Obama, com uma popularidade que não passa de 40% há vários meses, “se esconde para não prejudicar os candidatos” de seu partido, segundo Hernández.
O presidente “passou muito tempo” durante este ano “arrecadando dinheiro” para os democratas, defendeu nesta semana o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, que destacou também o “compromisso” de Obama com o apoio aos membros de seu partido que se submeterão a voto popular em 4 de novembro.
Nestes últimos dias de campanha Obama visitará vários estados, entre eles Michigan, Connecticut, Maine, Pensilvânia e Wisconsin, mas em nenhum deles os democratas tentarão o Senado.
Em estados disputados como Carolina do Norte, Iowa, Colorado, Louisiana e Arkansas, onde se vai decidir que partido terá maioria na câmara alta durante os próximos dois anos, o presidente não deve aparecer, de acordo com a Casa Branca.
Para Hernández, a “estratégia” de Obama de não aparecer, de não ter feito uma campanha “constante”, “foi ruim” e pode lhe custar caro.
Afastado, pelo menos publicamente, dos candidatos ao Senado, o presidente discursará nos próximos dias em atos de campanha com Mary Burke, candidata ao governo de Wisconsin, e Dan Malloy, que tenta a reeleição como governador de Connecticut, entre outros.
Obama tentará dessa forma de mobilizar o eleitorado democrata, que tradicionalmente não vota no pleito legislativo tão maciçamente como os simpatizantes republicanos.
“Os democratas não votamos nas eleições legislativas. Não votamos nos mesmos níveis que nas presidenciais”, reconheceu o próprio Obama recentemente em um ato de arrecadação de fundos em Nova York.
Os hispânicos e os afro-americanos, apoios fundamentais de Obama nas duas eleições gerais que ganhou, “estão desiludidos com o presidente e com os democratas, e provavelmente muitos não vão sair de casa para votar”, antecipou Hernández à Efe.
Quem sim está mostrando a cara pelos candidatos democratas ao Senado são tanto o vice-presidente Joe Biden como a primeira-dama, Michelle Obama, ambos mais populares que o presidente e menos prejudicados que ele por assuntos como a chegada do ebola ao país e as críticas pela demora em atuar contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Michelle Obama esteve várias vezes em Iowa para fazer campanha pelo legislador democrata Bruce Braley, que concorre com o republicano Joni Ernst por uma cadeira no Senado.
Biden também se deixou ver Iowa junto com Braley e, da mesma forma que a primeira-dama, deu apoio público ao senador democrata Mark Udall, que tentará manter sua cadeira pelo Colorado nestas eleições e está empatado em intenções de voto com o legislador republicano Cory Gardner. EFE
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