Obama impulsionará competitividade e comércio na Cúpula das Américas
Washington, 9 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveitará a Cúpula das Américas desta semana no Panamá para estimular a competitividade e o comércio na região como forma de fomentar o desenvolvimento e acabar com o abismo entre ricos e pobres.
Em entrevista exclusiva à Agência Efe, Obama se mostrou convencido de que a melhor forma de acabar com esse abismo é “fomentar um crescimento em grande escala que crie novas oportunidades”, de modo que se amplie o acesso às ferramentas que permitem sair da pobreza: a educação e a capacitação profissional.
Por este motivo, o governante “encorajará todos os países do continente americano a ratificar o Acordo sobre Facilitação do Comércio” da Organização Mundial do Comércio (OMC), pactuado em dezembro de 2013, e que estabelece medidas para facilitar o fluxo de bens nas alfândegas, reduzir a burocracia e multiplicar assim o intercâmbio comercial entre os países.
Para sua entrada em vigor, ele deve ser ratificado por pelo menos dois terços dos 160 países que integram a OMC, mas até agora só EUA, Cingapura e Hong Kong o fizeram.
“O crescimento econômico, o comércio e o compromisso partilhado de ampliar as oportunidades tirou milhões de pessoas da pobreza. Desde 2002, a classe média praticamente dobrou, e constitui o grupo social majoritário em países como Brasil e México pela primeira vez na história”, destacou Obama.
O presidente dos EUA acrescentou que, apesar da riqueza criada na região, “um terço da população do continente ainda sofre de pobreza extrema, e é enormemente difícil para ela obter acesso a educação, atendimento médico e serviços básicos de que suas famílias precisam”.
“Esta situação não só é um contrapeso ao crescimento econômico, mas também um desafio moral para todos nós”, acrescentou.
Os governos, na opinião de Obama, têm a responsabilidade de “assegurar a boa governança e a transparência que promovem o comércio, os investimentos e as iniciativas econômicas conjuntas que fomentam uma maior prosperidade para todos, e promover a inclusão social que traz a todas as pessoas a oportunidade de ter sucesso independentemente de suas origens”.
Obama assegurou que para os EUA “interessa muito” que os países da América estabeleçam relações comerciais com Europa, África, Índia e Ásia.
“Isso pode significar mais prosperidade e oportunidade para todos nós”, argumentou.
Obama se referiu às negociações comerciais do Acordo Transpacífico, das quais participa junto com Canadá, Chile, México e Peru, e disse que os EUA “lideram os esforços internacionais por apoiar as nações do Caribe à medida que asseguram seu futuro energético”.
O governante também falou sobre o programa Rede para Pequenas Empresas do continente americano, que, segundo ele, “está ajudando 250 mil pequenas empresas a crescer em toda a região”, a iniciativa WEAmericas, que “está ajudando a dar poder as mulheres empreendedoras” e aos programas de troca estudantil e de conexão entre empresários que impulsiona seu governo.
“Minha viagem desta semana aprofundará este trabalho”, assegurou.
Obama se mostrou desejoso de se encontrar “outra vez com os líderes de toda a América Central para aprofundar” nas iniciativas de colaboração e impulsionar a boa governança e melhorar as condições econômicas e de segurança, “para que cada vez mais gente tenha a oportunidade de viver de forma segura e próspera em tais países”.
Em relação à América Central, Obama afirmou que o US$ 1 bilhão que pediu ao Congresso para a região será destinado a ajudar os líderes desses países “a realizar as difíceis reformas e os investimentos necessários” para enfrentar seus desafios econômicos de governo e em matéria de segurança.
“As oportunidades e os desafios que nosso hemisfério enfrenta só podem ser resolvidos se trabalharmos juntos, com um espírito de responsabilidade compartilhada. E isso inclui abordar o tema das injustiças causadas pelas desigualdades de tipo econômico”, declarou.
“Acho que esta cúpula pode construir sobre a base do incrível progresso que a região alcançou nas últimas décadas”, acrescentou o presidente americano. EFE
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