Obama louva cessar-fogo e pede libertação de presos políticos no Sudão do Sul
Washington, 23 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou nesta quinta-feira o acordo de cessar-fogo assinado pelo governo do Sudão do Sul e os rebeldes após mais de um mês de conflito, mas também pediu a libertação dos presos políticos que estão sob custódia do Executivo e sua participação no processo de paz.
“A completa participação dos presos políticos retidos pelo governo do Sudão do Sul será crucial nas conversas para resolver as causas do conflito, e nós continuaremos trabalhando para acelerar sua libertação”, disse Obama, segundo um comunicado da Casa Branca.
O governo do Sudão do Sul e os rebeldes chegaram a um acordo nesta quinta-feira em Adis Abeba, capital da Etiópia, para decretar o cessar-fogo e buscar uma solução para a questão dos rebeldes detidos pelo governo sul-sudanês, que vinha atrapalhando até agora o diálogo em um conflito que colocou o país à beira de uma guerra civil.
“Agora os líderes do Sudão do Sul têm que trabalhar para implementar imediatamente, e de maneira completa, o acordo, e também começar um diálogo político inclusivo para resolver as causas subjacentes do conflito”, considerou o presidente americano.
Obama também acrescentou que “para recuperar a confiança de seu povo e da comunidade internacional, os líderes do Sudão do Sul devem demonstrar seu compromisso duradouro na busca de uma solução pacífica para esta crise”.
O presidente americano também pediu aos líderes do Sudão do Sul que “aqueles que cometeram atrocidades sejam detidos e prestem contas por suas ações”.
Por outro lado, Obama agradeceu o “papel construtivo” da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), o bloco regional mediador da África Oriental na crise do Sudão do Sul.
Os líderes dos sete países que formam a Igad aprovaram o envio ao Sudão do Sul de uma força pacificadora de 5,5 mil soldados, segundo anúncio da ministra das Relações Exteriores do Quênia, Amina Mohammed.
Com essa decisão, a Igad colocará em curso uma resolução da ONU, que foi aprovada no dia 24 de dezembro para aumentar sua presença no Sudão do Sul com mais 5,5 mil capacetes azuis, fornecidos por alguns dos países-membros da organização regional.
O acordo de cessar-fogo foi assinado hoje pelo chefe da delegação de governo sul-sudanês, o tenente-general Nhail Deng Nhail, e o da delegação rebelde, o general Taban Deng, na sala de um hotel de Adis Abeba abarrotada de diplomatas e jornalistas.
Para acabar com a violência, o governo e os rebeldes sul-sudaneses tinham acordado na semana passada parte dos detalhes de um cessar-fogo, mas ainda havia pontos de atrito, como as condições para colocar o acordo em andamento.
O conflito no Sudão do Sul explodiu no dia 15 de dezembro do ano passado, quando o presidente do país, Salva Kiir, acusou o ex-vice-presidente e atual líder rebelde, Riek Mashar, de tentativa de golpe.
Cerca de 10 mil pessoas morreram durante os enfrentamentos, segundo cálculos do Grupo Internacional de Crise, uma organização internacional não governamental especializada na análise de conflitos. EFE
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