Obama louva proposta do Egito para cessar-fogo entre Israel e Hamas
Washington, 14 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, louvou nesta segunda-feira a inciativa do Egito para acabar com as hostilidades entre Israel e o Hamas, o movimento palestino que controla a Faixa de Gaza, e espera que o país árabe ajude a restabelecer a calma na região.
“Uma escalada maior não beneficia a ninguém, muito menos a israelenses e palestinos. Faremos tudo o que for possível para facilitar o retorno ao cessar-fogo de 2012”, afirmou Obama.
“Estamos esperançosos com a atitude do Egito de fazer uma proposta para atingir esse objetivo”, acrescentou o presidente em discurso durante um jantar de “iftar” na Casa Branca, a tradicional refeição com a qual os muçulmanos quebram ao entardecer o jejum diário do Ramadã.
O ocupante da Casa Branca descreveu como “desalentadoras” as imagens que vêm de Gaza e Israel.
“O povo dos EUA está muito preocupado com o que vem acontecendo lá”, disse o presidente, que reconheceu que existem pontos de vista muito diferentes sobre o conflito entre os americanos.
“Damos as boas-vindas a esse debate. Nos deixa mais fortes”, destacou.
Obama insistiu que, para os Estados Unidos, o objetivo “foi e continua sendo a paz e a segurança para israelenses e palestinos”.
Detalhou, contudo, que os EUA foram “muito claros em afirmar que Israel tem o direito de se defender” contra o que Obama descreveu como “ataques inescusáveis do Hamas”.
Ao mesmo tempo, opinou que “a morte e os ferimentos entre civis palestinos é uma tragédia” e que os EUA “vêm insistindo na necessidade de se proteger os civis, independentemente de quem são e de onde vivem”.
As palavras de Obama vêm depois que o Egito apresentou hoje uma iniciativa para uma saída ao conflito entre Israel e o Hamas, que estipula o fim das hostilidades por parte de ambos os lados a partir de amanhã e reuniões no Cairo nos próximos dias.
O plano convoca todas as partes para “um cessar-fogo imediato”, de qualquer operação aérea, terrestre e marítima.
O fim das hostilidades deveria entrar em vigor amanhã às 3h (de Brasília), segundo a iniciativa elaborada por intermédio dos contatos mediadores do Egito com responsáveis israelenses e das distintas facções palestinas.
O jantar desta noite na Casa Branca contou com vários representantes de países com maioria muçulmana.
Entre os presentes estavam diplomatas de Bahrein, Iêmen, Argélia, Marrocos, Jordânia, Líbano, Tunísia e Indonésia. Na lista de convidados também figurava Maen Rashid Areikat, chefe da delegação da Autoridade Nacional Palestina nos EUA.
O Comitê contra a Discriminação de Árabes-Americanos fez uma convocação de boicote a todos os jantares de iftar promovidos pelo governo dos EUA, por considerar que Washington apoiou Israel durante o atual conflito.
A organização denunciou também a suposta espionagem contra muçulmanos por parte do governo.
Segundo documentos revelados recentemente, pelo menos cinco líderes muçulmanos americanos foram monitorados pela Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) durante anos, entre eles advogados, acadêmicos e ativistas. EFE
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