Obama: “Não pode haver exceções” na luta global contra mudança climática

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h23
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Nações Unidas, 23 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira medidas para ajudar outros países a combater as mudanças climáticas e considerou necessário um acordo global “ambicioso”, com a participação de todos os países, sem exceções.

“Reconhecemos o nosso papel na hora de criar este problema e aceitamos nossa responsabilidade para combatê-lo. Mas só podemos ter sucesso se todos os países se envolverem neste esforço. Não pode haver exceções”, disse Obama em discurso na Cúpula do Clima que está acontecendo hoje na sede da ONU.

Antes de discursar, Obama se reuniu brevemente com o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Gaoli, um encontro não programado no qual reiterou que as grandes economias, como os EUA e a China, “têm a responsabilidade especial de liderar”.

Tanto os Estados Unidos como a União Europeia (UE) anunciaram planos para reduzir drasticamente suas emissões de gases do efeito estufa, mas nesse esquema global é essencial o envolvimento da China, o maior emissor de carbono do mundo.

“São as economias emergentes as que têm mais probabilidades de produzir mais e mais emissões de carbono nos próximos anos”, advertiu o presidente americano.

Obama anunciou que assinou uma ordem executiva que determina que o governo americano tem que considerar os efeitos da mudança climática em seus “programas e investimentos” para o desenvolvimento em outros países.

Além disso, seu governo oferecerá ferramentas e tecnologias desenvolvidas por cientistas e empresas americanas aos países mais vulneráveis aos fenômenos derivados da mudança climática “para ajudá-los a se preparar melhor para desastres relacionados com o clima e a melhorar o planejamento em relação às ameaças no longo prazo”, disse.

“A mudança climática está sendo mais rápida do que nossos esforços para combatê-la”, destacou Obama.

“Os alarmes continuam soando, nossos cidadãos continuam protestando, e não podemos fingir que não os escutamos. Temos que dar uma resposta para suas reivindicações”, acrescentou em uma aparente alusão às maciças manifestações de domingo e segunda-feira em Nova York para exigir decisões sobre a mudança climática.

A Cúpula do Clima organizada pela ONU, na qual participam mais de 100 governantes, procura dar um impulso político para acelerar as negociações sobre as mudanças climáticas, a fim de adotar um acordo global vinculativo em Paris no ano que vem.

Obama opinou hoje que esse acordo “deve ser ambicioso” e também “inclusivo”, pois “cada país deve fazer sua parte”. No entanto, para o presidente americano ele também deve ser “flexível, porque as nações diferentes têm circunstâncias diferentes”.

Reconheceu que a adoção de medidas contra a mudança climática gera “controvérsia” no âmbito interno em todos os países, mas pediu que os países coloquem “o ar que nossos filhos vão respirar” na frente dos “interesses de curto prazo”.

Obama divulgou em junho um plano para reduzir em 30% as emissões de carbono das centrais termoelétricas dos EUA para 2030, algo ao qual se opõem boa parte dos republicanos, a indústria de carvão e a Câmara de Comércio americana.

Há cinco anos, os EUA anunciaram que reduziriam as emissões de carbono em 17% para 2020, em relação aos níveis de 2005. Hoje, Obama garantiu que seu país cumprirá esse objetivo e que no ano que vem estabelecerá uma nova meta para continuar com as reduções. EFE

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