Obama ordena novos limites a programas de espionagem revelados por Snowden
Washington, 3 fev (EFE).- O governo americano revelará nesta terça-feira os novos limites ordenados pelo presidente Barack Obama aos programas de espionagem doméstica e no exterior, revelados pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, segundo a Casa Branca.
A principal assessora em matéria antiterrorista de Obama, Lisa Monaco, detalhou em comunicado que a direção Nacional de Inteligência publicará hoje um relatório sobre o “progresso substancial” nas reformas dos programas da NSA propostas por Obama em janeiro de 2014.
Segundo anteciparam alguns meios de comunicação, o governo de Obama solicitará à NSA a eliminação de informações sobre cidadãos americanos e estrangeiros que não sejam relevantes para a segurança nacional e nem tenha propósitos de inteligência, após cinco anos desde sua coleta.
Além disso, a Casa Branca começará a realizar exames periódicos de acompanhamento da NSA a líderes estrangeiros, de acordo com o “The New York Times”.
O alcance e os detalhes dos programas de espionagem em massa da NSA, a maioria iniciados por causa dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, ficaram expostos em 2013 com as filtragens de Snowden, ex-analista dessa agência e atualmente asilado na Rússia.
As revelações de Snowden revelaram que os EUA espionaram as comunicações pessoais de alguns líderes considerados “amigos” de Washington, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel, que precisamente visitará a Casa Branca na próxima semana para se reunir com Obama.
Em janeiro de 2014, Obama ordenou pôr fim à espionagem a líderes de países aliados, mas esclareceu, no entanto, que os serviços de inteligência seguirão recopilando informação sobre os governos estrangeiros para conhecer suas intenções.
Pouco depois, em março, Obama apresentou formalmente um plano para que os dados telefônicos de milhões de cidadãos recopilados pela NSA deixem de estar em mãos do governo e permaneçam sob o controle das companhias telefônicas por um período máximo de 18 meses, como estabelece a legislação atual.
Sob o plano de Obama, a NSA unicamente poderia ter acesso a esses dados em circunstâncias específicas, sempre após ter obtido autorização do tribunal secreto criado pela Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa) e quando houver uma suspeita razoável de que o número telefônico está conectado a um terrorista.
A proposta do presidente está nas mãos do Congresso, onde um projeto de lei correspondete foi vetado em novembro no Senado. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.