“Obama parece o chefe de campanha de Maduro”, ironiza Evo Morales
Cidade do Panamá, 11 abr (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, voltou a criticar neste sábado as sanções aplicadas pelos Estados Unidos à Venezuela, mas disse reconhecer que as medidas serviram para que muitos governos se solidarizassem com o líder venezuelano, Nicolás Maduro.
Durante uma entrevista coletiva na VII Cúpula das Américas, realizada no Panamá, Morales ironizou ao dizer que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, “parece o chefe de campanha de Maduro”, pois, em sua opinião, “tudo o que faz” serve para o líder venezuelano receber mais apoio.
Morales insistiu nas críticas a Obama e voltou a “lamentar” que EUA e Canadá tenham vetado um parágrafo proposto pela Venezuela em um documento conjunto que era negociado na Cúpula.
O parágrafo que pretendia agregar a Venezuela incluía uma condenação às sanções aplicadas pelos Estados Unidos a sete funcionários do governo de Maduro, nas quais também declarou o país como uma “ameaça” à sua segurança nacional americana.
Em seu discurso, Morales classificou os Estados Unidos como “o primeiro promotor do mundo” de ditaduras militares e golpes de Estado, e acrescentou que “o olhar colonial imperial dos Estados Unidos sobre a América Latina e o Caribe é um olhar de desprezo e de superioridade”.
Morales também acusou Estados Unidos e Canadá de bloquearem o acordo para aprovar uma declaração no final da VII Cúpula das Américas.
“Lamento muito denunciar ao mundo inteiro que não é possível que o governo dos Estados Unidos, com algum país, deixe este encontro sem um documento, sem uma resolução. Os EUA não aceitam, por exemplo, a transferência de tecnologia sem condicionamento aos países de menor grau”, afirmou.
Devido a essa falta de consenso, a VII Cúpula das Américas terminará neste sábado sem um documento conjunto assinado pelos 35 países, que encarregaram à presidência panamenha a elaboração de um relatório sobre os resultados da reunião. EFE
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