Obama pede que Putin facilite investigação de acidente com avião na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 21/07/2014 22h00
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Alfonso Fernández.

Washington, 21 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elevou nesta segunda-feira o tom das palavras dirigidas ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e apelou para sua “responsabilidade direta” para facilitar uma investigação “sem impedimentos” da queda do avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia na semana passada.

“O que estão tentando esconder?”, disse Obama ao denunciar o “bloqueio” do acesso aos destroços por parte dos separatistas pró-russos que controlam essa zona do leste da Ucrânia e sobre os quais a Rússia exerce uma enorme influência.

O governo americano disse em repetidas ocasiões nesta semana que conta com provas arrasadoras do envolvimento dos separatistas na queda do avião que provocou a morte das 298 pessoas que estavam a bordo.

Em uma breve declaração na Casa Branca, Obama assegurou que os separatistas estão eliminando “evidências” e estão transferindo os corpos “muitas vezes sem o cuidado que se deve ter” em circunstâncias tão trágicas para os parentes de vítimas inocentes.

Por isso, embora sem acusá-lo diretamente, o líder apelou a Putin para que pressione os rebeldes de modo que “facilitem uma investigação transparente e sem impedimentos”.

Os investigadores internacionais na zona do acidente, no leste da Ucrânia, criticaram o fato de terem sido impedidos de ter acesso aos restos do avião por parte das milícias armadas pró-russas.

Na mesma linha se expressou o Conselho de Segurança da ONU, que aprovou hoje por unanimidade uma resolução na qual exige que as milícias pró-russas da Ucrânia concedam acesso imediato aos especialistas no local da tragédia.

“Dada sua influência direta, o presidente Putin tem uma responsabilidade direta para obrigá-los a cooperar com a investigação. É o mínimo que podem fazer”, disse Obama, em uma demonstração de sua crescente impaciência com Moscou.

O presidente lembrou que os separatistas pró-russos foram “treinados e armados pela Rússia”, e que alguns de seus líderes são “cidadãos russos”.

“O presidente Putin disse que apoia uma investigação completa e justa. E tenho apreço por essas palavras, mas devem ser respaldadas com fatos”, ressaltou o presidente americano.

Além disso, Obama voltou a advertir o presidente russo que, se mantiver seu intervencionismo na Ucrânia, a Rússia poderá ser alvo de novas sanções por parte de EUA e Europa.

“Se a Rússia continuar violando a soberania da Ucrânia e respaldando os separatistas, e estes ficarem mais e mais perigosos, a Rússia só se isolará ainda mais da comunidade internacional e o custo de seu comportamento só continuará aumentando”, comentou.

Na semana passada, os EUA anunciaram um novo pacote de sanções econômicas contra várias empresas importantes dos setores de energia e defesa da Rússia, mais um passo desde que explodiu a crise na Ucrânia com a anexação da península da Crimeia por parte da Rússia em março deste ano.

Por sua vez, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu hoje ao governo dos Estados Unidos que designe os separatistas pró-russos como uma organização terrorista depois que comparou o derrubamento do avião malaio com os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York.

Além disso, Poroshenko indicou que ofereceu à Holanda, país de procedência da maioria dos 298 passageiros mortos, que dirija a investigação sobre o acidente, em uma mostra de que Ucrânia não tem nada o que ocultar sobre esta tragédia. EFE

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