Obama proíbe exploração de petróleo e gás em partes do Ártico e do Atlântico
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, designou na última terça-feira (20) grande parte das águas pertencentes ao país no Oceano Ártico e também certas áreas no Oceano Atlântico como zonas onde não poderá haver projetos futuros de exploração de petróleo e gás. A Casa Branca anunciou as ações em conjunto com o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau, que também estabeleceu uma moratória para novos projetos de petróleo e gás em suas águas no Ártico, decisão sujeita a revisão periódica.
Os contratos de exploração já existentes não são afetados pela ação presidencial. O anúncio tem importância simbólica, mas pouco impacto imediato, já que não há operações comerciais em andamento em águas federais nem nas áreas distantes da costa leste do Atlântico pi no Ártico norte do Alasca. Os preços mais fracos do petróleo e o apetite modesto do setor por grandes investimentos em novos projetos offshore resultam em um quadro em que qualquer produção levaria quase uma década para ser obtida em novos projetos. Ainda assim, a medida mostra um esforço para garantir o legado ambiental de Obama antes de Donald Trump assumir a presidência em janeiro.
Grupos ambientais esperam que a proibição, apesar de depender de poderes executivos, dificultará a tarefa de futuros presidentes para revertê-la. A Casa Branca diz confiar que a determinação do Executivo será mantida na Justiça, caso seja alvo de contestação, e não deve ser revertida pelos próximos presidentes.
O governo citou questões ambientais nas duas regiões para justificar a moratória. Obama também disse que apenas 0,1% da produção de petróleo offshore veio do Ártico em 2015 e que, nos preços atuais, não deve haver produção significativa na área nas próximas décadas. Segundo o presidente, por isso é preciso trabalhar para fortalecer as comunidades do Ártico para além do petróleo e do gás. Já membros do setor criticaram a decisão, qualificando-a como “retórica política de último minuto”. O governador do Alasca, o independente Bill Walker, disse que Obama marginalizou as vozes locais com a decisão. Walker afirmou que ninguém está mais interessado que a própria população do Alasca em garantir que o hábitat do Ártico seja protegido.
Trump tem escolhido nomes para o gabinete fortemente contrários às políticas de Obama para o meio ambiente e o combate às mudanças climáticas. Uma questão para o futuro é quão difícil será que outro presidente reverta a decisão de Obama, caso deseje. Se Trump tentar fazer isso, entidades dizem que levariam o caso à Justiça.
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