Obama sanciona orçamento de defesa que mantém prisão de Guantánamo aberta

  • Por Agencia EFE
  • 20/12/2014 01h28

Washington, 19 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta sexta-feira a lei orçamentária de defesa, que mantém a proibição de transferir os presos do centro de detenção de Guantánamo – em Cuba – para o território americano, mas votou a solicitar ao Congresso o fechamento da prisão.

Obama disse em comunicado que manter a penitenciária de Guantánamo aberta de forma contínua durante 13 anos tem um custo de centenas de milhões de dólares para os americanos e traz danos para a imagem dos Estados Unidos no mundo.

“A gestão contínua deste centro de detenção debilita nossa segurança nacional drenando recursos, danifica nossa relação com aliados-chave e parceiros, além de encorajar os extremistas violentos”, disse o presidente.

“Devemos fechar Guantánamo”, disse Obama, que reiterou seu pedido ao Congresso e aos legisladores, republicanos e democratas, para que trabalhem conjuntamente para atingir esse objetivo, considerado por ele como uma “urgência nacional”.

A lei do orçamento de defesa autoriza US$ 585 bilhões para o ano fiscal 2015, dos quais US$ 64 bilhões são para operações de contingência no exterior.

O orçamento financia o plano do Pentágono de treinar e equipar a oposição moderada na Síria para a luta contra o Estado Islâmico (EI) e para assessorar e treinar as tropas iraquianas e curdas no combate a esse grupo jihadista.

Obama lamentou que a manutenção da proibição de disponibilizar recursos para “construir ou modificar” qualquer instalação em território americano para abrigar os detidos de Guantánamo e sob custódia do Departamento de Defesa na lei, a não ser que isso seja aprovado pelo Congresso.

Além disso, mantém o veto para a utilização de recursos incluídos no orçamento para transferir presos de Guantánamo aos Estados Unidos “para qualquer propósito”.

Obama opinou que o Executivo deve ter a “flexibilidade” para determinar “onde e quando processá-los”, assim como sua transferência, em função dos interesses de segurança nacional, analisando caso a caso.

O presidente de Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, declarou em comunicado que a mudança de réus de Guantánamo para o território americano “seria um movimento perigoso e profundamente impopular” entre os cidadãos americanos.

Nesse sentido, enfatizou que os republicanos da Câmara “continuarão fazendo o possível para proteger nossa segurança nacional e apoiar nossos militares, e espero que o presidente faça o mesmo”. EFE

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