Obesidade e sobrepeso infantil cresceram 1.000% no Brasil em 40 anos
Rio de Janeiro, 14 abr (EFE).- A obesidade e o sobrepeso afetam 39% das crianças brasileiras, o que representa 1.000% a mais que que há 40 anos, disse nesta segunda-feira o pesquisador e médico brasileiro Víctor Rodríguez Matsudo, um dos responsáveis pelo Estudo Internacional de Obesidade Infantil, desenvolvido em vários países.
Esta taxa foi considerada por Matsudo “extremamente alta”, e advertiu que a tendência é esta porcentagem continuar subindo.
“A tendência é dramática porque a quantidade de crianças com excesso de peso é muito maior do que a de que têm obesidade, de modo que em pouco tempo aumentará a quantidade de crianças obesas”, comentou.
Matsudo assinalou que, segundo os dados observados no estudo, a atividade física praticada pelos adolescentes é maior que a realizada pelas crianças na puberdade, e estes ainda praticam mais exercícios do que os que estão na escola primária.
Portanto, quanto mais jovens são as crianças, menos exercício praticam, uma dinâmica que, para o cientista, é “alarmante porque não é que hoje o mais velha seja mais ativo, os mais novos é que são menos”.
Crianças de sete e oito anos “não estão fazendo nada, e não têm uma experiência agradável da atividade física, mas gastam o dia inteiro na internet porque as mães acham que é lindo que crianças com dois anos saibam usá-la”.
“Estão condenando as crianças no futuro porque se não sentem o prazer da atividade física quando crianças, como vão vivenciá-lo na idade adulta?”, questionou.
Segundo o médico, existe 90% de possibilidades de uma criança sedentária seja também um adulto sedentário.
“O Brasil hoje disputa com a China ser o país que mais aumenta de peso corporal por pessoa por ano e alertou que os brasileiros têm ganhado meio quilo de peso corporal por pessoa ao ano, o que é um desastre”.
Para Matsudo, o país precisa “encarar as novas evidências” porque o sedentarismo é a segunda causa de morte no mundo. “A prevalência do sedentarismo é a maior de todas as doenças”, disse.
Porque, alertou, se continuar neste ritmo, o Brasil vai viver “situações dramáticas de saúde publica” nos próximos anos. EFE
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