OCDE advoga por eliminação de subsídios à indústria de gás e petróleo

  • Por Agencia EFE
  • 05/06/2014 20h17

Alba Santandreu

Foz do Iguaçu (Brasil), 5 jun (EFE).- A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) advogou nesta quinta-feira no Fórum Mundial do Meio Ambiente realizado no Brasil pela eliminação dos subsídios à indústria de combustível fóssil a fim de reduzir as emissões de carbono.

O diretor do Comitê de Assistência para o Desenvolvimento da OCDE e ex-ministro norueguês, Erik Solheim, pediu também “vontade política” na luta contra a mudança climática, assunto discutido no fórum realizado em Foz do Iguaçu, coincidindo com a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente.

No encontro realizado na cidade fronteiriça com a Argentina e Paraguai também esteve presente Bill McKibben, um dos líderes americano da luta contra o aquecimento global e co-fundador da 350.org.

McKibben alertou sobre os problemas de depender de sistemas energéticos baseados nos combustíveis fósseis -petróleo, carvão e gás natural- e acusou os Estados Unidos de ter desempenhado “o papel mais destrutivo nos últimos anos”.

“Não está claro que se a gente pode vencer a guerra da mudança climática, começamos tarde, muito tarde”, comentou McKibben, que esteve quatro vezes na prisão por diferentes causas em defesa do meio ambiente.

O ativista lembrou que os cientistas advertiram que “80% do carvão do petróleo e do gás natural devem permanecer no subsolo” se quisermos evitar “uma grande catástrofe”.

“O Brasil tem que manter petróleo no solo também”, disse em referência ao pré-sal, um horizonte exploratório descoberto pela Petrobras abaixo de uma camada de sal de dois quilômetros de espessura e cujas gigantescas reservas podem transformar o país em um dos maiores exportadores mundiais de petróleo.

O ecologista se mostrou consciente da dificuldade de alcançar dito objetivo devido à “força da indústria de combustível fóssil”, mas destacou o papel fundamental da sociedade civil e das autoridades para frear o controle e poder dessas companhias.

“Vontade política é o que necessitamos”, acrescentou, coincidindo assim com o ex-titular de Desenvolvimento Internacional e Meio Ambiente norueguês.

Solheim ressaltou também a relevância de outorgar incentivos fiscais às empresas que contribuem à manutenção do meio ambiente e de eliminar os subsídios às companhias de combustível fóssil.

Durante seu discurso, o ex-ministro elogiou o trabalho do Brasil na defesa do Amazonas, pulmão verde do planeta, e na luta contra o desmatamento.

“Nenhuma outra nação foi capaz de defender tão rapidamente a biodiversidade com grandes progressos. Está fazendo o maior serviço para o meio ambiente como nação”, concluiu.

O 5º Fórum Mundial do Meio Ambiente, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), termina amanhã com a apresentação da “Carta de Foz”, um documento que recolhe as propostas dos participantes durante os dois dias de encontro. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.