OCDE aumenta expectativas de crescimento da zona do euro e reduz dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 03/06/2015 10h03

Paris, 3 jun (EFE).- A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para cima nesta quarta-feira as expectativas de crescimento na zona do euro para 2015 e 2016, enquanto corrigiu para baixo as dos Estados Unidos.

No relatório semestral de Perspectivas, a OCDE calculou que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro subirá 1,4% em 2015 e 2,1% em 2016, contra 1,1% e 1,7% dos cálculos em novembro respectivamente.

Contribuíram de forma significativa para essa melhora o estímulo monetário do Banco Central Europeu (BCE) através de seu programa de compras de títulos de dívida pública e privada, a queda do euro (sobretudo em relação ao dólar), que melhorou a competitividade exterior, e o barateamento do barril de petróleo.

A Espanha tem um peso significativo na melhora dos números da zona do euro, já que os autores do estudo informam que o PIB do país subirá 2,9% neste ano e 2,8% no próximo, quando há seis meses tinham especulado 1,7% em 2015 e 1,9% em 2016.

O caso dos Estados Unidos é bem diferente, já que a queda da atividade no primeiro trimestre levou à OCDE a diminuir o crescimento previsto neste ano a 2% (em vez dos 3,1% estimados em novembro) e a 2,8% no próximo (em vez dos 3%).

O Japão terá uma alta de sua atividade limitada a 0,7% neste ano (havia sido previsto 0,8% em novembro) e 1,4% no ano que vem (contra 1%).

No conjunto da OCDE, o PIB deveria registrar em 2015 uma ascensão de 1,9% (0,4% menos que o apresentado há seis meses) e de 2,5% em 2016 (0,1% menos).

Na mesma linha, foram reduzidos os números de progressão em algumas das economias emergentes como a China, com 6,8% deste ano (0,4% menos) e 6,7% no próximo (0,2% menos).

A economia mundial, de acordo com esse roteiro, viverá neste ano um arrefecimento, com um aumento de 3,1%, após 3,3% de 2014, e se restabelecerá em 2016 ao alcançar 3,8%.

Em termos globais, os autores do relatório indicaram que o crescimento aumentará ao longo de 2015 e 2016, mas ficará em um ritmo “modesto” em relação ao que se dava no período anterior à crise.

A economista-chefe da OCDE, Catherine Mann, considerou essa previsão de “insatisfatória” e atribuiu uma nota de B-. A principal razão é o comportamento do investimento, vinculado a uma demanda fraca e que, por sua vez, se traduziu em um comportamento insatisfatório do emprego, dos salários e do consumo.

Inclusive são cumpridas as projeções de referência, com uma expansão do investimento de 4% durante 2016, a maior desde que começou a crise. Mann alertou que isso “seria insuficiente para oferecer o crescimento global necessário a curto e médio prazo para aumentar o emprego e reduzir as desigualdades”.

Para enfrentar essa situação, é visto como prioridade reduzir as incertezas sobre a situação fiscal nos EUA, “uma resolução propícia do estatuto da Grécia na zona do euro”, um processo “realista” sobre os desafios da dívida no Japão e maior transparência dos sistemas financeiros nos países emergentes. EFE

ac/vnm

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