OCDE rebaixa para 0,3% previsão de crescimento do Brasil em 2014
Paris, 25 nov (EFE).- A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) rebaixou nesta terça-feira de 1,8% para 0,3% baixo sua projeção de crescimento da economia brasileira para este ano, segundo relatório semestral da instituição divulgado nesta terça-feira.
Em 2015, a previsão de crescimento caiu de 2,2% para 1,5%. Segundo a OCDE, somente em 2016, quando se expandirá 2%, o Brasil se aproximará de seu potencial de crescimento.
A OCDE, que dedica um capítulo de seu relatório ao Brasil, assim como a outras grandes economias emergentes, afirmou que a alta do PIB será modesta devido à pequena margem para políticas monetárias e fiscais.
Além disso, uma demanda externa frágil, baixos níveis de investimento e os “gargalos” de infraestrutura irão prejudicar o crescimento.
A organização também ressaltou que a deterioração das trocas comerciais e o arrefecimento na expansão do crédito estão pesando negativamente sobre o consumo e o investimento, e que apesar da conjuntura econômica pouco propícia, as pressões inflacionárias são fortes.
Os autores do estudo calculam que a inflação subirá neste ano para 6,5% em 2014, e descerá até 5,4% em 2015 e 5,1% em 2016.
Nesse contexto, a OCDE acredita que será preciso praticar uma política monetária restritiva no próximo ano, apesar da fraqueza da atividade econômica.
A OCDE alertou também para uma piora das condições fiscais, que propiciaram um aumento da dívida pública, até 60% do PIB atualmente.
Por isso, a organização aconselha um endurecimento da política fiscal, o que relaxaria as tensões inflacionárias, e aposta no corte de algumas despesas “cujos efeitos sobre o crescimento não são claros”.
A organização afirmou que o déficit por conta corrente já não está mais está coberto pelo fluxo de investimentos do exterior, e que a economia brasileira mais dependente do mercado interno e, portanto, mais vulnerável a um possível retorno de turbulências no mercado de capitais.
No entanto, especificou que as reservas em moeda estrangeira poderiam atuar como uma defesa.
Segundo a OCDE, melhorar o clima de negócios subiria “significativamente” o potencial de crescimento do Brasil e poderia ter efeitos imediatos sobre a confiança dos investidores.
A economista-chefe da OCDE, Catherine Mann, disse ainda que resolver a incerteza política do país seria benéfico para a economia. EFE
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