OCDE rebaixa perspectivas de crescimento para 2016 para economia mundial

  • Por Agencia EFE
  • 16/09/2015 16h39

Paris, 16 set (EFE).- A OCDE revisou nesta quarta-feira suas perspectivas de crescimento para a economia mundial ligeiramente para baixo este ano e um pouco mais para 2016, por causa da piora em vários dos grandes países emergentes e da incerteza em torno do crescimento na China.

Em seu relatório interino de setembro, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou no entanto suas estimativas sobre a expansão da economia americana até 2,4% para 2015, quatro décimos a mais do que tinha previsto em junho.

Também revisou, mas de forma mais tímida (um décimo a mais que antes do verão), seus cálculos para a zona do euro, até 1,6% graças à evolução mais favorável em alguns dos países que mais sofreram a crise financeira.

Apesar disso, a zona do euro continua em baixa, porque os autores do estudo esperavam uma taxa de progressão mais elevada, levando em conta uma série de fatores muito positivos, como a queda do preço do petróleo, a desvalorização do euro e taxas de juros ainda mais baixas no longo prazo.

Para 2015, os Estados Unidos tiveram uma ligeira correção para baixo de seus números de crescimento em relação aos apresentados em junho (um décimo, para 2,6%) e menos ainda para a zona do euro, que terá que se conformar com 1,9% (dois décimos a menos).

Aí Alemanha pode ser a mais afetada em termos relativos pela situação da China, já que os 2% de previsão de crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 é quatro décimos inferior ao anunciado em junho.

A China é a principal responsável por essa revisão, pela preocupação de o arrefecimento de sua economia ser maior do que o esperado.

A OCDE estima que, depois dos 7,4% de 2014, seu PIB subirá 6,7% este ano (um décimo a menos do que o previsto em junho) e 6,5% em 2016 (dois décimos a menos).

Se essa desaceleração for mais pronunciada e estiver acompanhada pelas turbulências financeiras esperadas com a possível altas das taxas de juros (especialmente nos Estados Unidos), isso poderia ter repercussões sobre a economia global, e em particular sobre alguns dos outros emergentes.

Dois deles – fortemente dependentes das exportações de matérias-primas, cujos preços afundaram – já estão sofrendo recessões: Brasil e Rússia.

No caso do Brasil, os autores do relatório preveem uma queda de 2,8% do PIB em 2015, ou seja, dois pontos de redução a mais do que previam em junho.

Além disso, já não confiam em uma recuperação em 2016, mas em uma nova diminuição da produção brasileira, de 0,7%.

O único que se salva deste cenário de piora entre os grandes emergentes é a Índia, que deve manter sua cadência de expansão: os 7,2% de 2014 se repetirão em 2015 e quase exatamente em 2016 (7,3%).

Diante deste cenário, a principal questão é saber se a China pode conservar taxas de crescimento que a permitam absorver recursos e ao mesmo tempo reequilibrar seu modelo a favor de um maior consumo interno.

Para a OCDE, as autoridades chinesas devem utilizar a margem de ação que dispõem para estimular a economia, mas também liberalizar os serviços e ampliar os gastos sociais para dar mais peso ao consumo.

Nos Estados Unidos, o desafio é sobre como o Federal Reserve estabelecerá o calendário adequado para uma alta das taxas de juros, para evitar sobressaltos. Dadas as limitadas pressões inflacionárias, isso deveria ser feito gradualmente.

Quanto à zona do euro, o “clube dos países desenvolvidos” insiste que é preciso progredir mais no saneamento dos créditos duvidosos – e exemplificou a rapidez com que a medida foi tomada nos EUA – e também na união bancária para combater a fragmentação do mercado do crédito. EFE

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