OCDE rebaixa previsão de crescimento do Brasil para 2014 e 2015

  • Por Agencia EFE
  • 06/05/2014 11h39

Paris, 6 mai (EFE).- A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou nesta terça-feira para baixo as perspectivas para a economia brasileira em 2014, de 2,2% para 1,8%, e em 2015, de 2,8% para 2,5%, ao levar em conta a queda da demanda procedente de outros países emergentes e o endurecimento das condições monetárias com a inflação.

Em seu relatório semestral, a organização, que dedica um capítulo de seu estudo aos grandes países emergentes como o Brasil, acredita que será a demanda externa, caso se confirme a recuperação global, o que estimulará a economia brasileira. Já o consumo será reprimido pela alta taxa de juros.

Este fato, assim como as eleições presidenciais, também afetarão o investimento, que deverá ser menos dinâmico do que no ano passado.

Os autores do relatório afirmaram que a política monetária restritiva, que levou o Banco Central a subir as taxas de juros, terá que seguir se acentuando para manter a inflação dentro das taxas estipuladas.

“Adiar a desinflação só teria custos em termos de crescimento e de perdas de emprego”, advertiram, além de aconselhar o BC a antecipar para antes de 2016 a volta da inflação ao seu objetivo.

Segundo a OCDE, isso poderia contribuir para dar “plena independência” ao BC, assim como diminuir as pressões da demanda.

De acordo com o cenário de base da OCDE, a inflação média, que foi de 6,2% em 2013, ficará em 5,9% em 2014 e em 5,5% no próximo ano.

A organização assinalou que o anúncio do governo de que espera aumentar o superávit fiscal, após o índice ter ficado em 1,9% do Produto Interno Bruto em 2013 (o mais baixo desde 2009), deve ser “respaldado por um compromisso crível”.

Para isso sugeriu, por exemplo, a adoção de uma regra de despesa ou cortar o vínculo automático entre o salário mínimo que vive um “rápido aumento” e algumas contribuições sociais.

A OCDE alertou que o mercado de trabalho segue tenso diante das pressões de alta de salários, apesar ao lento aumento do emprego.

Além disso, citou outros obstáculos para a expansão da demanda interna, como a lenta evolução do investimento, os “gargalos” na infraestrutura, as proteções comerciais, os impostos elevados com efeitos de distorção, assim como os baixos níveis de capital físico e humano.

Embora o governo tenha desenhado um “ambicioso” plano de infraestrutura, a OCDE manifestou dúvidas sobre sua capacidade para cumprir o estipulado. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.