Óculos do Google podem obstruir parcialmente visão periférica, segundo estudo

  • Por Agencia EFE
  • 04/11/2014 21h38

Washington, 4 nov (EFE).- Os dispositivos com sistemas de realidade virtual, como os óculos do Google, podem causar uma obstrução parcial da visão periférica, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira na edição de novembro da revista científica “Journal of American Medical Association”.

Os pesquisadores destacam que, embora o uso deste tipo de sistemas de visualização esteja aumentando entre o público, se desconhece com certeza seu efeito sobre a visão, motivo pelo qual selecionaram uma pequena amostra de usuários para analisá-los.

O campo visual periférico é o componente fundamental da visão essencial para atividades como dirigir, a segurança dos pedestres e a prática de esportes.

A equipe liderada por Tsontcho Ianchulev, oftalmologista e professor na Universidade da Califórnia (San Francisco), realizou testes de campo visual padrão em três indivíduos com uma agudeza visual considerada normal (20/20) e um campo visual também dentro dos padrões.

Os participantes usaram o dispositivo do Google, que permite a navegação pela internet, grava vídeo e faz fotografias, segundo as instruções do fabricante, que indica um período de aclimatação de 60 minutos.

Além disso, essas pessoas foram submetidas a uma medição do campo visual perimetral.

Posteriormente foram realizados testes com um suporte de óculos comuns com uma cor e uma largura similar ao dispositivo do Google.

Os testes de campo visual demonstraram que os três participantes experimentaram pontos cegos (escotoma) enquanto usavam o dispositivo, que provocaram uma obstrução clínica “significativa” no campo visual do quadrante superior direito.

A equipe de Ianchulev analisou também 132 imagens dos usuários com este produto em posição frontal olhando para a câmera e detectaram que um grande número das pessoas usa o dispositivo perto ou em superposição de seu eixo pupilar, o que pode provocar pontos cegos e interferir na visão.

Os autores reconhecem que o estudo está limitado pelo pequeno número de participantes, “que podem não ser representativos de todos os usuários”, e apontam que são necessárias mais amostras para identificar os fatores que influem no tamanho e na profundidade do escotoma. EFE

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