Odebrecht classifica prisões de executivos como afronta ao Estado de Direito
Brasília, 22 jun (EFE).- A construtora Odebrecht afirmou em comunicado divulgado nesta segunda-feira que as prisões de executivos da empresa, entre eles o presidente Marcelo Odebrecht, são uma “afronta” ao Estado de Direito.
As detenções foram consideradas como “ilegais”, constituem “uma afronta contra os princípios do Estado de Direito”, e estão apoiadas somente em “presunções”, diz a nota publicada hoje pela companhia.
O presidente da Odebrecht e outros quatro executivos da empresa foram presos na sexta-feira durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, que investiga a corrupção na Petrobras. Além deles, foram detidos diretores e o presidente da Andrade Gutiérrez, Otávio Marques de Azevedo.
Segundo as investigações conduzidas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, as duas empreiteiras lideravam o cartel que superfaturava contratos da Petrobras. E, diferentemente das demais investigadas, usavam um esquema mais sofisticado de pagamento de propinas a agentes públicos e políticos.
Também são investigados mais de 50 políticos, a maior parte da base aliada do governo. Entre eles estão os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto segue preso. Ele é acusado de pressionar as empresas que tinham contrato com a Petrobras para desviar parte do dinheiro obtido para o partido.
O PT e outros partidos políticos citados no caso admitiram que receberam apoio financeiro das companhias investigadas, mas garantem que esses recursos foram devidamente declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No entanto, segundo a PF, as empresas eram orientadas a entregar o dinheiro aos partidos como doações, que ficavam assim registradas de forma legal. EFE
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