OEA mostra apoio a presidente do Haiti e cobra eleições legislativas
Washington, 14 jan (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Haiti, Duly Brutus, pediu nesta quarta-feira à OEA que mostre apoio ao presidente haitiano, Michel Martelly, em rejeitar “estratégia do caos” que o setor radical da oposição do país está promovendo.
Em uma sessão extraordinária sobre o Haiti na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), Brutus pedir ao Conselho Permanente do organismo para adotar uma declaração de respaldo a Martelly diante da crise política que piorou esta terça-feira, quando o parlamento encerrou suas funções.
“A estratégia do caos não pode ser uma estratégia política aceitável para garantir a paz e a estabilidade do meu país”, ressaltou Brutus em discurso no Conselho Permanente da OEA.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, considerou “prudente” a organização se somar a outros membros da comunidade internacional que já reagiram à situação no Haiti e sublinharam a necessidade de convocar o mais rápido possível eleições parlamentares e municipais, adiadas durante anos.
Na sessão, o Conselho Permanente da organização adotou por aclamação uma declaração impulsionada pelos países-membros do Caricom sobre a crise política no país.
A OEA expressou “seu apoio às autoridades haitianas constitucionais e a todas as partes interessadas no que se refere a seu compromisso de realizar eleições livres, imparciais e inclusivas o mais rápido possível, em conformidade com as disposições constitucionais, para a renovação das instituições democráticas”.
A organização se uniu à declaração emitida ontem pelo enviado especial da ONU ao Haiti e aos países-membros do chamado “Core Group”, composto pelas embaixadas de Brasil, Espanha, EUA, França e União Europeia, mais as missões permanentes do Canadá e da OEA.
Essa declaração “expressa seu apoio ao presidente da República e encorajou todas as partes envolvidas a continuar a negociar para formar com urgência um novo governo de consenso e um conselho eleitoral provisório para realizar eleições justas e livres” em 2015, segundo o texto lido por Insulza na sessão.
O parlamento (bicameral) do Haiti encerrou nesta terça-feira suas funções, como estabelecido pela Constituição, por não conseguir renovar sua matrícula pela via eleitoral e fracassar em um acordo para prorrogar os mandatos dos legisladores.
A paralisia do Legislativo deu ao presidente haitiano, Michel Martelly, poderes especiais para governar por decreto.
O governo e partidos de oposição não concretizaram um acordo assinado no final de dezembro que permitiria ao parlamento se manter ativo, conhecer o programa do primeiro- ministro designado, Evans Paul, e introduzir mudanças na lei eleitoral, entre outros pontos. EFE
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